Vacinação contra a gripe em unidade de saúde em São Paulo (Foto: Vinicius Pereira/Folhapress) |
Ele não está no foco das atenções como o
influenza A (H1N1), responsável pelos surtos de gripe e pelabusca frenética de
vacinas nas clínicas privadas, mas também pode causar complicações e, em casos
bem raros, matar.
Até a primeira semana de março, o influenza B era o que mais circulava no país. Agora, ocupa o segundo lugar, com 38% das amostras positivas. O H1N1 lidera, com 50%.
Na semana passada, o vírus B também foi associado à morte súbita de uma menina de oito anos em São Paulo. Houve um teste positivo, mas ainda não se sabe se foi ele o responsável pela parada cardíaca que a levou à morte.
Neste ano, o B protagonizou 38 casos da síndrome respiratória grave (SRAG), com três mortes no Brasil (duas em São Paulo e uma em Goiás), número bem inferior às baixas causadas pelo H1N1 (443 casos e 70 mortes).
Números analisados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), com dados entre 2000 e 2010, mostram que as principais vítimas do influenza B são crianças, com idade média de 11 anos. Das 45 mortes nesse período, 76% eram de menores de idade.
COMPLICAÇÕES
Entre os principais problemas associados ao vírus encontrados pelos pesquisadores americanos estão lesões no miocárdio (identificada em 20 dos 29 casos avaliados) e pneumonia (em 17 casos).
Segundo o virologista Celso Granato, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), ainda não se sabe a razão de o influenza B estar mais relacionado a complicações graves em crianças, mas a hipótese é que esses danos estejam muito mais ligados a características genéticas do paciente do que com a letalidade do vírus em si.
"Assusta, mas não há nada o que fazer. São casos raros [de miocardite], que geram um processo inflamatório no coração e uma parada cardíaca", explica Granato. O pediatra e infectologista Eitan Berezin, professor da Santa Casa de São Paulo, diz que não há evidências de que exista uma preferência do vírus influenza pelo coração.
Segundo ele, tanto o tipo A quanto o B podem "causar doenças mais graves em pessoas que tenham doenças prévias e nisso se inclui as doenças cardíacas". O infectologista Esper Kallás, professor da USP, lembra que todos os vírus da gripe têm o potencial de matar, mas são raros os casos graves entre pessoas jovens e saudáveis. "Pode acontecer de o pulmão parar de funcionar, por exemplo. Mas isso é progressivo, leva alguns dias."
Ele explica que, entre os casos mais graves, o mais comum é que a pessoa desenvolva uma gripe por qualquer vírus que a deixe debilitada. Isso abre espaço para a entrada de uma bactéria que provoque quadros infecciosos, como sinusites e pneumonias.
"O mais importante é que os serviços de saúde estejam preparados para receber esses casos mais graves", diz o especialista. Tanto a vacina disponível nos serviços privados quanto no público dá proteção ao vírus influenza A e B.
De acordo com os dados registrados pelo Ministério da Saúde –apenas as SRAG entram nas estatísticas–, a taxa de mortalidade por influenza no Brasil é de 4 em 10 milhões de pessoas.
Entre os mortos, a idade média foi de 51 anos, variando de zero a 93 anos. Quase 70% tinham ao menos um fator de risco. Eram idosos ou diabéticos ou cardiopatas.
Fonte: Folha de S. Pauloa
Até a primeira semana de março, o influenza B era o que mais circulava no país. Agora, ocupa o segundo lugar, com 38% das amostras positivas. O H1N1 lidera, com 50%.
Na semana passada, o vírus B também foi associado à morte súbita de uma menina de oito anos em São Paulo. Houve um teste positivo, mas ainda não se sabe se foi ele o responsável pela parada cardíaca que a levou à morte.
Neste ano, o B protagonizou 38 casos da síndrome respiratória grave (SRAG), com três mortes no Brasil (duas em São Paulo e uma em Goiás), número bem inferior às baixas causadas pelo H1N1 (443 casos e 70 mortes).
Números analisados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), com dados entre 2000 e 2010, mostram que as principais vítimas do influenza B são crianças, com idade média de 11 anos. Das 45 mortes nesse período, 76% eram de menores de idade.
COMPLICAÇÕES
Entre os principais problemas associados ao vírus encontrados pelos pesquisadores americanos estão lesões no miocárdio (identificada em 20 dos 29 casos avaliados) e pneumonia (em 17 casos).
Segundo o virologista Celso Granato, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), ainda não se sabe a razão de o influenza B estar mais relacionado a complicações graves em crianças, mas a hipótese é que esses danos estejam muito mais ligados a características genéticas do paciente do que com a letalidade do vírus em si.
"Assusta, mas não há nada o que fazer. São casos raros [de miocardite], que geram um processo inflamatório no coração e uma parada cardíaca", explica Granato. O pediatra e infectologista Eitan Berezin, professor da Santa Casa de São Paulo, diz que não há evidências de que exista uma preferência do vírus influenza pelo coração.
Segundo ele, tanto o tipo A quanto o B podem "causar doenças mais graves em pessoas que tenham doenças prévias e nisso se inclui as doenças cardíacas". O infectologista Esper Kallás, professor da USP, lembra que todos os vírus da gripe têm o potencial de matar, mas são raros os casos graves entre pessoas jovens e saudáveis. "Pode acontecer de o pulmão parar de funcionar, por exemplo. Mas isso é progressivo, leva alguns dias."
Ele explica que, entre os casos mais graves, o mais comum é que a pessoa desenvolva uma gripe por qualquer vírus que a deixe debilitada. Isso abre espaço para a entrada de uma bactéria que provoque quadros infecciosos, como sinusites e pneumonias.
"O mais importante é que os serviços de saúde estejam preparados para receber esses casos mais graves", diz o especialista. Tanto a vacina disponível nos serviços privados quanto no público dá proteção ao vírus influenza A e B.
De acordo com os dados registrados pelo Ministério da Saúde –apenas as SRAG entram nas estatísticas–, a taxa de mortalidade por influenza no Brasil é de 4 em 10 milhões de pessoas.
Entre os mortos, a idade média foi de 51 anos, variando de zero a 93 anos. Quase 70% tinham ao menos um fator de risco. Eram idosos ou diabéticos ou cardiopatas.
Fonte: Folha de S. Pauloa
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