Em dois anos, foram deflagradas nove operações, que resultaram em prisões em flagrante (Foto: Ilustrativa) |
Um crime relativamente novo, mas que tem feito cada vez mais vítimas no Ceará, principalmente em ambientes virtuais. A pornografia infantil se encaixa em um tipo de delito repugnado pela sociedade, sobretudo porque, muitas vezes, os pedófilos são pessoas próximas, que possuem certo grau de confiança e afetividade com crianças e adolescentes molestadas.
A Polícia Federal (PF) tem intensificado as ações de combate à pornografia infantil no Estado. O resultado é que em dois anos, entre 2014 e 2015, foram deflagradas nove operações, que resultaram no cumprimento de 27 mandados de busca e apreensão e 11 prisões em flagrante. Nas ações de repressão ainda foram apreendidos milhares de CDS, DVDs, pen-drives, cartões de memórias e HDs de computadores, contendo material pornográfico envolvendo imagens de crianças e adolescentes.
Dentre os crimes relacionados à pornografia infantil, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescentes (ECA), estão a produção, venda, compartilhamento ou até mesmo a posse de qualquer material que contenha cena de sexo explícito envolvendo meninos e meninas menores de 18 anos. As penas podem variar entre 1 a oito anos de prisão, e multa.
A PF também atua em parceria com outros órgãos, como a ONG Safernet Brasil, grupo formado por cientistas da computação, professores, pesquisadores e bacharéis de Direito que atuam contra crimes virtuais. De acordo com dados repassados pela ONG, a pornografia infantil já é o crime virtual mais praticado no Brasil. Somente em 2014, foram processadas 51 mil denúncias, envolvendo 22.789 sites diferentes no País.
Conforme detalhou a titular da Delegacia de Defesa Institucional (Delinst) da PF, delegada Juliana Sá, os criminosos agem sobre o anonimato da internet. No entanto, através das denúncias, os investigadores conseguem rastrear os endereços dos IPs dos computadores e assim chegar aos envolvidos.
Na ´Operação Darknet´, deflagrada em 18 estados brasileiros, por exemplo, os policiais federais chegaram aos acusados após identificar os IPs de computadores utilizados para compartilhar imagens de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes. Um cearense foi preso em flagrante pela PF, acusado de abusar sexualmente de duas crianças, gravar as violências e divulgar vídeos e fotos na internet. Ele foi condenado a mais 56 anos de prisão por pedofilia.
Virtual
"As imagens descobertas pela Polícia eram terríveis. Tinham crianças amarradas, dopadas e até cenas de sexo explícito com um bebê. Para conseguimos chegar aos alvos foi preciso um trabalho minucioso, pois eles mantinham as imagens em um espaço virtual abaixo ainda mais anônimo. Mas conseguimos deflagrar as operações utilizando métodos investigativos com tecnologia mais avançada", comentou a delegada.
Para a titular da Delinst, o aumento das operações e, consequentemente, das prisões no Ceará é um resultado de capacitações realizadas na área investigativa. "Assim como os criminosos usam de artimanhas avançadas para realizar os crimes virtuais, nós (Polícia Federal) também temos nos capacitados mais nesta área. Com isso, estamos conseguindo dar andamento aos inquéritos, deflagrar mais operações e chegar aos alvos", afirmou a investigadora.
A delegada Juliana Sá revela que, na maioria dos casos, os criminosos são do sexo masculino, com idades entre 20 e 50 anos, e que possuem habilidade com computadores e informática. Embora as investigações apontem para um tipo específico de suspeito, o perfil dos agressores pode ser bastante diversificado. Nas ações da PF no Ceará, já foram identificados policiais, universitários, funcionários públicos e até religiosos consumindo materiais pornográficos envolvendo crianças.
"Geralmente, os acusados são homens, que têm bom conhecimento em sistemas de informática, para conseguirem armazenar os vídeos em locais de difícil acesso. São pessoas que não levantam muitas suspeitas, que tentam ganhar a confiança das famílias e assim conseguem se aproximar das crianças. Eu diria que os agressores não têm classe social, cor ou crença definidos", explicou a delegada.
Punição
A investigadora federal diz que os casos devem ser denunciados para que a PF chegue aos envolvidos. As pessoas que recebem vídeos através das redes sociais também devem denunciar, mesmo que não conheçam os autores ou as vítimas. Quem mantiver material de pornografia infantil, seja no celular ou computador, também estará passível de punição.
"Não só a produção, mas também o consumo de vídeo ou foto é crime. Não adianta tentar compartilhar um vídeo de abuso contra criança através das redes sociais para que se chegue ao culpado, como é comum verificarmos na internet. Isso acaba expondo as vítimas e é crime. Recebeu um vídeo?Então apague imediatamente e denuncie", reiterou a delegada Juliana Sá.
Além da Polícia Federal, as denúncias podem ser realizadas através da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), por meio do Disque 100, ou pelo no site da ONG Safernet Brasil. A Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) da Polícia Civil também investiga casos de pornografia infantil, no entanto, os dados tabulados de vítimas e prisões não foram repassados à reportagem.
Fonte: Diário do Nordeste
A Polícia Federal (PF) tem intensificado as ações de combate à pornografia infantil no Estado. O resultado é que em dois anos, entre 2014 e 2015, foram deflagradas nove operações, que resultaram no cumprimento de 27 mandados de busca e apreensão e 11 prisões em flagrante. Nas ações de repressão ainda foram apreendidos milhares de CDS, DVDs, pen-drives, cartões de memórias e HDs de computadores, contendo material pornográfico envolvendo imagens de crianças e adolescentes.
Dentre os crimes relacionados à pornografia infantil, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescentes (ECA), estão a produção, venda, compartilhamento ou até mesmo a posse de qualquer material que contenha cena de sexo explícito envolvendo meninos e meninas menores de 18 anos. As penas podem variar entre 1 a oito anos de prisão, e multa.
A PF também atua em parceria com outros órgãos, como a ONG Safernet Brasil, grupo formado por cientistas da computação, professores, pesquisadores e bacharéis de Direito que atuam contra crimes virtuais. De acordo com dados repassados pela ONG, a pornografia infantil já é o crime virtual mais praticado no Brasil. Somente em 2014, foram processadas 51 mil denúncias, envolvendo 22.789 sites diferentes no País.
Conforme detalhou a titular da Delegacia de Defesa Institucional (Delinst) da PF, delegada Juliana Sá, os criminosos agem sobre o anonimato da internet. No entanto, através das denúncias, os investigadores conseguem rastrear os endereços dos IPs dos computadores e assim chegar aos envolvidos.
Na ´Operação Darknet´, deflagrada em 18 estados brasileiros, por exemplo, os policiais federais chegaram aos acusados após identificar os IPs de computadores utilizados para compartilhar imagens de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes. Um cearense foi preso em flagrante pela PF, acusado de abusar sexualmente de duas crianças, gravar as violências e divulgar vídeos e fotos na internet. Ele foi condenado a mais 56 anos de prisão por pedofilia.
Virtual
"As imagens descobertas pela Polícia eram terríveis. Tinham crianças amarradas, dopadas e até cenas de sexo explícito com um bebê. Para conseguimos chegar aos alvos foi preciso um trabalho minucioso, pois eles mantinham as imagens em um espaço virtual abaixo ainda mais anônimo. Mas conseguimos deflagrar as operações utilizando métodos investigativos com tecnologia mais avançada", comentou a delegada.
Para a titular da Delinst, o aumento das operações e, consequentemente, das prisões no Ceará é um resultado de capacitações realizadas na área investigativa. "Assim como os criminosos usam de artimanhas avançadas para realizar os crimes virtuais, nós (Polícia Federal) também temos nos capacitados mais nesta área. Com isso, estamos conseguindo dar andamento aos inquéritos, deflagrar mais operações e chegar aos alvos", afirmou a investigadora.
A delegada Juliana Sá revela que, na maioria dos casos, os criminosos são do sexo masculino, com idades entre 20 e 50 anos, e que possuem habilidade com computadores e informática. Embora as investigações apontem para um tipo específico de suspeito, o perfil dos agressores pode ser bastante diversificado. Nas ações da PF no Ceará, já foram identificados policiais, universitários, funcionários públicos e até religiosos consumindo materiais pornográficos envolvendo crianças.
"Geralmente, os acusados são homens, que têm bom conhecimento em sistemas de informática, para conseguirem armazenar os vídeos em locais de difícil acesso. São pessoas que não levantam muitas suspeitas, que tentam ganhar a confiança das famílias e assim conseguem se aproximar das crianças. Eu diria que os agressores não têm classe social, cor ou crença definidos", explicou a delegada.
Punição
A investigadora federal diz que os casos devem ser denunciados para que a PF chegue aos envolvidos. As pessoas que recebem vídeos através das redes sociais também devem denunciar, mesmo que não conheçam os autores ou as vítimas. Quem mantiver material de pornografia infantil, seja no celular ou computador, também estará passível de punição.
"Não só a produção, mas também o consumo de vídeo ou foto é crime. Não adianta tentar compartilhar um vídeo de abuso contra criança através das redes sociais para que se chegue ao culpado, como é comum verificarmos na internet. Isso acaba expondo as vítimas e é crime. Recebeu um vídeo?Então apague imediatamente e denuncie", reiterou a delegada Juliana Sá.
Além da Polícia Federal, as denúncias podem ser realizadas através da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), por meio do Disque 100, ou pelo no site da ONG Safernet Brasil. A Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) da Polícia Civil também investiga casos de pornografia infantil, no entanto, os dados tabulados de vítimas e prisões não foram repassados à reportagem.
Fonte: Diário do Nordeste
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