Para Cármen Lúcia, não há sinais do chamado ativismo judicial na Lava
Jato, apontado por críticos do juiz Sérgio Moro, da primeira instância
da Justiça Federal do Paraná. "A atividade do Judiciário é acionada
pelos interessados, pelo cidadão. O Poder Judiciário não atua
isoladamente, não atua de ofício, como nós dizemos. Atua por provocação.
Então, quando se fala em ativismo judicial, é que o Judiciário
ultrapassaria (suas atribuições) e não há demonstração nenhuma de que
isso esteja acontecendo", afirmou Cármen Lúcia. A ministra esteve no Rio
para receber o prêmio "Faz Diferença", do jornal O Globo, na categoria
Personalidade do Ano 2015.
Ao comentar discursos recentes da presidente Dilma Rousseff apontando
como golpe a tentativa de impeachment, Cármen Lúcia afirmou que entendeu
como um "alerta" de que a Constituição tem que ser respeitada.
"Acredito que ela esteja exercendo, primeiro, a liberdade de expressão.
Segundo, apenas um alerta no sentido de que é preciso que se observem as
leis da República e isso com certeza, em um estado democrático, está
sendo observado", afirmou. "Não acredito que a presidente tenha falado
que impeachment é golpe. Impeachment é um instituto previsto
constitucionalmente. O que não pode acontecer de jeito nenhum é
impeachment nem ou qualquer tipo de processo político-penal ou penal sem
observar as regras constitucionais. Não há impeachment em andamento
ainda, não tenho nenhuma dúvida que teremos que observar todas as regras
constitucionais", disse a ministra.
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