Levantamento feito pelo UOL mostra que
40 dos 65 deputados federais indicados para formar a comissão que analisa o
impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara receberam dinheiro de
empresas investigadas pela Operação Lava Jato, que apura desvios de recursos da
Petrobras.
O número corresponde a 61,53% do total
de deputados que integram a comissão, que foi eleita por 433 votos a favor na
noite da quinta-feira (17), em chapa única. O presidente será Rogério Rosso
(DF), de um partido aliado, o PSD, mas que costuma votar como quer e costuma
dar dores de cabeça à base governista. O relator será o deputado Jovair Arantes
(GO), líder do PTB e aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
De acordo com as prestações de contas
entregues pelos partidos e pelos parlamentares ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), após as eleições de 2014, um total de R$ 8,9 milhões foi repassado por
empresas implicadas na Lava Jato a deputados eleitos e diretórios cujos
partidos estão representados na comissão do impeachment.
Segundo o UOL, apenas Rede, PSol, PV,
PEN e Pros – que possuem indicados para comissão – não receberam recursos de
firmas citadas na operação conduzida pelo juiz federal Sérgio Moro. Entre os
deputados, Lúcio Vieira Lima (BA) – um dos líderes da dissidência interna do
PMDB que quer o rompimento com o Planalto – foi o que mais recebeu doações
dessas empresas: R$ 732 mil.
Com R$ 649 mil, o deputado federal Paulo
Maluf (PP-SP) também foi agraciado com doações de empresas da Lava Jato. Outros
nomes importantes da comissão – Mendonça Filho (DEM-PE), com R$ 250 mil; Nilton
Leitão (PSDB-MT), com R$ 511,5 mil; Paulinho da Força (SD-SP), com R$ 241 mil;
Leonardo Picciani (PMDB-RJ), com R$ 199 mil; e Arlindo Chinaglia (PT-SP), com
R$ 412 mil – também constam no levantamento.
Grandes entusiastas do impeachment de
Dilma, Eduardo Bolsonaro (SP) e Marco Feliciano (SP) – ambos do PSC – também
ganharam dinheiro de empresas da Lava Jato.
Ao contrário do que poderiam pensar
alguns, Eduardo Cunha não consta na lista. Mas ele prometeu acelerar a análise
do impeachment, o que, segundo o deputado, "é bom para todo mundo".
Principalmente para o Congresso e os seus citados na Lava Jato.
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