Esta coluna pode informar que, graças à mais moderna tecnologia da Embrapa e, principalmente, aos investimentos que a iniciativa privada vem fazendo em áreas específicas do interior cearense, o algodão aqui produzido é de fibra longa, com suavidade, durabilidade e resistência semelhantes às do algodão egípcio, considerado o melhor do mundo.
O algodão de fibra longa da Chapada do Apodi tem nível 34 de resistência, semelhante ao do Egito.
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Já se faz mecanicamente a colheita da safra do algodão em áreas do interior do Ceará, nas quais a cotonicultura empresarial avança-Foto: Honório Barbosa / Diário do Nordeste |
Na segunda-feira,26,
empresários cearenses da agropecuária ouviram do agroindustrial Raimundo
Delfino Filho – sócio majoritário da Fazenda Nova Agro, com áreas de produção
na Chapada do Apodi, na geografia do município de Limoeiro do Norte – a
informação de que ali já foi alcançado o nível 34 de resistência do algodão de
fibra longa, como o cultivado e colhido nas margens do rio Nilo, no Egito.
Delfino disse que há algumas
razões técnicas que explicam essa alta qualidade do algodão que se cultiva na
região do Apodi, a principal das quais é a qualidade do seu solo, que, tratado
com todos os cuidados tecnológicos, permite uma grande produção e uma produtividade
maior ainda, como a que se registra na Fazenda Nova Agro.
Mas este é apenas um lado muito
bom da nova cotonicultura do Ceará, cujos empresários, com Delfino à frente,
têm um claro objetivo: ampliar a área plantada e chegar a produzir, em médio
prazo, o mesmo volume produzido nos anos 60 do Século XX: 150 mil toneladas
anuais. É um sonho?
“Sim, é um sonho, e este sonho
não sé ó meu, mas de muitos que estão vendo no cultivo do algodão mais uma
vertente da moderna e empresarial agricultura do Ceará”, respondeu Raimundo
Delfino.
Ao seu lado, o presidente da
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silvera,
presente na mesma reunião com Delfino, anunciou que sua entidade trabalha na
elaboração de um plano para ampliar para o Sertão Central e para o Cariri esse
polo cotonicultor que se consolida na Chapada do Apodi.
“O algodão foi feito para ser
cultivado no Ceará, que tem o melhor índice de luminosidade do país, além de um
solo que, com o tratamento das novas e modernas tecnologias, produz o que for
plantado. Nós estamos trabalhando aceleradamente para que o Ceará retome sua
condição de liderança na produção do algodão brasileiro. Sei que é uma meta
ousada, mas só a ousadia nos permitirá alcançá-la”, disse Amílcar sob aplausos.
Após a reunião, Raimundo
Delfino confidenciou a esta coluna que a possibilidade de a Chapada do Apodi
tornar-se, “em muito pouco tempo”, um grande e moderno polo de produção de
algodão “é de 100%”. Ele disse que está fazendo sua parte, mas pediu que “o
governo faça a sua parte, que é a de melhorar o pavimento das rodovias que
cortam a Chapada do Apodi”.
Naquela área, onde há, também,
um polo de fruticultura e de pecuária leiteira em franco e rápido
desenvolvimento, as estradas vicinais precisam de melhores cuidados. O próprio
governador Elmano de Freitas prometeu, no ano passado, em reunião com os
líderes do agro cearense, melhorar essas estradas, mas isso até agora não
aconteceu. Com as últimas chuvas, a situação dessas rodovias piorou, exigindo
um tratamento urgente do governo.
DN
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