Os ataques terroristas aos Três Poderes no Brasil são
manchete dos principais jornais do mundo neste domingo.
“Manifestantes protestando contra eleição invadem
prédio do governo”, destaca o The New York Times.
“Autoridades
brasileiras limpam escritórios do governo depois de rebelião”.
“Milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional e
escritórios presidenciais em resposta ao que eles falsamente acreditavam ser
uma eleição roubada”, destaca o jornal estadunidense.
“150 presos em Brasília enquanto Lula condena ‘barbárie’ de invasão a palácio
presidencial e suprema corte”, noticia o The Guardian.
“Sobrinho de Bolsonaro estava na multidão”, observa.
“No Brasil, partidários de Bolsonaro invadem o Congresso e o palácio
presidencial, Lula decreta uma intervenção federal”, diz o Le Monde, na França.
“Apoiadores do ex-presidente de extrema direita, opostos ao retorno ao poder de
Lula, forçaram a entrada e vandalizaram os principais locais de poder de
Brasília, domingo. A polícia anunciou as primeiras prisões”, relata o periódico.
“As imagens impressionantes, lembrando a invasão do Capitólio nos Estados
Unidos 6 de janeiro de 2021, mostram uma verdadeira maré humana afluir rumo ao
Congresso”.
Um programa de TV do país cobriu ao vivo os ataques.
O especialista em manutenção da ordem Bruno Pomart no canal LCI fala em “falha
dos serviços de inteligência de um movimento que podia se prever”.
“A polícia vai ter que agir de modo preventivo”, recomenda.
O especial ao vivo da televisão francesa se pergunta sobre o paradeiro do
ex-presidente Jair Bolsonaro e noticia o pedido da deputada estadunidense
Alexandra Ocasio Cortez de expulsão do extremista do país.
“Onde está o principal interessado, Jair Bolsonaro?”, questiona um dos
repórteres.
Os comentaristas do programa falam em “amadorismo” e “desorganização” dos
bolsonaristas que propõem sabotar refinarias da Petrobras no Rio. Assim como em
um risco de “assédio” permanente dos ultradireitistas a Lula.
“Pode haver bolsões violentos como esse ao longo do mandato”, diz a analista
Virginie Jacoberger.
“Como os Estados Unidos, o Brasil vai viver esse trauma por muito tempo”, prevê
um dos participantes.
“Não há muita ordem e progresso”, ironiza o apresentador.
Os comentaristas dizem que a reação de Lula se valeu de palavras muito “justas”.
“Lula vai sair reforçado desse episódio, Lula reagiu de modo forte e rápido”.
“A polícia (no Brasil) age melhor do que nos Estados Unidos. A princípio não
houve mortos. Ela age muito profissionalmente”, consideram.
Eles veem no ataque a herança da extrema direita no poder e uma ameaça agora
permanente nas democracias ocidentais. “Qual será a próxima?”, perguntam.
No mesmo programa, Guillaume Roquette, diretor do Le Figaro, compara os
invasores bolsonaristas aos coletes amarelos, movimento que no primeiro ano do
governo Macron ateou chamas no Arco do Triunfo.
“A polícia retoma o controle das sedes dos três poderes e o presidente Lula
acusa seu predecessor de estimular a invasão”, destaca o El País.
“Milhares de radicais seguidores do ex-presidente brasileiro, o ultradireitista
Jair Bolsonaro, assaltaram este domingo as sedes do Congresso, da Presidência e
do Tribunal Supremo, em Brasília, exigindo uma intervenção militar para tirar
Luiz Inácio Lula da Silva do poder, que tomou posse faz exatamente uma semana”,
contextualiza.
“Os manifestantes golpistas chegaram ao coração do poder na capital do Brasil
desde o Quartel General do Exército, a nove quilômetros em linha reta, onde
estão acampados desde que Bolsonaro perdeu as eleições faz dois meses. Os
bolsonaristas, que estão convencidos de que lhes roubaram as eleições,
ultrapassaram as barreiras policiais para poder chegar às sedes do Legislativo,
o Poder Judiciário e a Presidência”, conta o jornal espanhol.
“Os vídeos que circulam pelas redes sociais mostram os assaltantes no plenário
do Congresso, destroçando mobiliário e rompendo cristais dos edifícios
modernistas”, descreve.
“As instalações do STF, outro dos grandes alvos da ira bolsonarista, foram
ferozmente atacadas.”
“São cenas violentas que, por outro lado, contrastam com as do domingo passado,
dia de ano novo, quando centenas de milhares de pessoas acompanharam Lula em
seu regresso ao poder à frente de uma ampla coalizão com a missão de restaurar
e fortalecer a democracia”, opõe.
“O ocorrido deste domingo em Brasília é o momento que tanto temeram durante
meses os democratas brasileiros porque o já ex-presidente Bolsonaro manteve um
discurso de ataque sistemático contra o sistema de voto e as autoridades
eleitorais de maneira que tanto um quanto os outros estão notadamente
descreditados diante de seus seguidores”.
O argentino Clarín fala de “comoção no Brasil”.
“Numa explosão de fúria que muitos já comparam com a invasão do Capitólio,
centenas de seguidores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram
este domingo a sede do Congresso Nacional, o Palácio presidencial numa violenta
manifestação que pede uma intervenção militar para derrubar o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, uma semana depois de sua posse”.
Aos olhos da imprensa internacional, o episódio de Brasília neste domingo
transcende o Brasil e revela a ameaça à democracia por todo lugar.













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