Futuro ministro da Casa Civil e governador da Bahia, Rui Costa (PT) disse neste sábado (17) que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá 37 ministérios.
A informação veio do futuro ministro da Casa Civil Rui Costa.
Ricardo Stuckert |
A lista dos ministérios ainda não foi divulgada. Costa
confirmou à imprensa que será criada uma pasta para a pesca. A Economia ainda
será fatiada em Fazenda, Indústria e Comércio, além de Planejamento e uma pasta
específica para gestão.
Já o atual Ministério da Infraestrutura será transformado em
duas pastas, uma para tratar de transporte e outra sobre portos e aeroportos.
O futuro chefe da Casa Civil disse que a escolha dos ministros não será
afetada pela votação na Câmara da PEC da Transição.
O presidente Arthur Lira (PP-AL) teria sinalizado a
aliados que pode facilitar a aprovação da proposta se emplacar aliados em
cargos do primeiro escalão do governo Lula.
"O Senado em momento nenhum condicionou [a
aprovação] a uma negociação de ministérios ou de cargos, e a gente tem a
confiança, crença, de que a Câmara fará a mesma coisa. Então o presidente
[Lula] não quer vincular uma coisa a outra", disse Costa.
Ele afirmou que a futura gestão também terá o
Ministério dos Povos Originários, outro para esportes e uma pasta para as
mulheres. Ainda citou a criação do Ministério das Cidades, a partir do
desdobramento do Desenvolvimento Regional.
"Ele [Lula] entende que esta é uma questão muito emblemática não só
para o Brasil, mas para a comunidade internacional. O Brasil se desgastou muito
ao longo dos últimos anos com essa questão simbólica e importante dos
indígenas", disse Costa.
Segundo o futuro ministro, não haverá aumento de
despesas do governo para ampliar o número de ministérios. Isso porque os cargos
atuais serão reformulados para acomodar o plano de Lula. Além disso, alguns
ministérios vão compartilhar setores como de assuntos jurídicos.
Havia 12 pastas em 1990, sob Fernando Collor, que
dois anos depois elevou o número para 14. Com Lula chegou-se a 37 ministérios.
Na gestão Dilma Rousseff (PT) a Esplanada dos
Ministérios bateu o recorde de 39 pastas. O presidente Jair Bolsonaro (PL)
prometeu que teria apenas 15, mas começou com 22 e termina o mandato com 23
pastas.
"A ideia central é repetir o que a gente está
chamando de Lula 2, a estrutura do segundo governo de Lula, que se encerrou em
2010", disse Costa.
"Esses ministérios com perfil mais garantidores de políticas
transversais, como das mulheres, negros e indígenas, serão focados e terão seus
cargos definidos para a área-fim, buscando garantir transversalidade ao
governo", afirmou ainda.
A equipe de Lula tinha a expectativa de que fossem
anunciados novos ministros até sexta-feira (16), mas a definição travou em meio
às discussões da PEC da Transição.
Uma das áreas cobiçadas por Lira é o Ministério das
Minas e Energia. O presidente da Câmara defende a nomeação de um aliado, o
deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA). O nome do parlamentar,
porém, enfrenta resistências no próprio setor de energia.
Lira ainda teria pedido o comando da Saúde, mas o
nome favorito de Lula segue sendo a socióloga e presidente da Fiocruz, Nísia
Trindade.
Rui Costa também está à frente das negociações com
o atual governo para liberar residências oficiais de Brasília para Lula e sua
equipe.
Ele afirmou que a Granja do Torto deve ser visitada nos próximos dias
pela equipe de Lula, mas que o presidente diplomado ainda não deve deixar o
hotel em que está hospedado.
"Não há nos próximos dias a possibilidade de o
presidente mudar, porque nós iremos visitar agora na próxima semana,
possivelmente até segunda-feira (19)", disse Costa.
"O presidente só mudará para este e outros
espaços depois de feitos os levantamentos de todas as pendências e tomadas
todas as medidas de eventuais reparos necessários aos imóveis. Você tem que
pintar, higienizar, estocar equipamentos e materiais de uso mais íntimo e
pessoal", afirmou ainda.
Autor: ( Folhapress )
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