A Nike está preocupada com a provável perda de Vinícius Júnior. O atacante do Real Madrid (ESP) e da seleção brasileira está insatisfeito com o tratamento da empresa dos Estados Unidos e acionou advogados para tentar romper o contrato.
Craque do Real Madrid e da Seleção Brasileira se vê desvalorizado pela empresa e Puma e Adidas monitoram a situação; Jogador pode receber até 10x mais.
Perder dois craques em dois anos é um desastre para a Nike | FIFA |
Diferentemente de Neymar, a Nike não esperava perder Vini e imaginou que
tinha situação controlada. Perder Neymar e Vini em dois anos seria prejudicial
para a imagem da marca e poderia estimular outras perdas de jogadores
importantes.
Neymar rompeu com a Nike em 2020 após ser acusado
pela própria empresa de assédio sexual contra uma funcionária. O suposto
incidente teria ocorrido em 2016 e foi denunciado em 2018 em um fórum criado
pela própria empresa. A Nike alega que o craque se recusou a colaborar com a investigação,
que foi considerada "inconclusiva". Neymar afirmou que foi traído.
A iminente perda de Vini Jr, em compensação, não
era esperada pela Nike e os executivos tentam acabar com o litígio. Pessoas
próximas a Vini Jr, porém, afirmaram à reportagem que "não há volta".
Em entrevista coletiva na quarta-feira (7), o atacante desconversou:
"Não posso
falar. Temos um contrato, somos parceiros, não podemos falar sobre a nossa
relação. Como não falo da relação com meu pai, não posso falar da nossa relação
com vocês".
A Nike oferece mais dinheiro e protagonismo, mas
Vini parece estar decidido. Gigantes como Adidas e Puma estão de olho na
situação do atleta e as sondagens podem render um pagamento 10 vezes maior.
O contrato de Vini Jr com a Nike vai até 2028 e
advogados foram acionados para tentar rompê-lo. Para não configurar assédio,
Adidas e Puma fizeram apenas contatos iniciais e aguardam pela rescisão.
Pessoas próximas a Vini asseguram que a
insatisfação com a Nike não é de ordem financeira, mas uma proposta com
quantias elevadas pode ser diferencial. O jogador de 22 anos acredita que
recebe um tratamento injusto da marca.
Vinicius Jr é
patrocinado pela Nike desde os 13 anos. O descontentamento existe há meses e
ele já deixou de vestir as chuteiras mais recentes nas fases finais da Liga dos
Campeões da Europa.
Principal ativo da Nike na seleção brasileira, Vini
utiliza atualmente um modelo antigo da linha Mercurial na Copa do Qatar. O
'Malvadeza' não participou dos últimos eventos da patrocinadora, nem mesmo do
filme de lançamento do novo uniforme da seleção - no qual, em teoria, deveria
ser a estrela dada a convergência de interesses: a Nike patrocina Brasil e
também o atacante do Real Madrid.
Vini teve ascensão midiática meteórica nesta Copa
do Mundo e estampa diversos comerciais, aparecendo para o público brasileiro
até mais do que Neymar nos intervalos dos jogos da seleção. Em sua rede social,
o jogador possui um "destaque" para cada marca que fechou parceria,
mas não para a Nike. A ação de organizar as parcerias em destaques foi feita
depois do litígio com a gigante de materiais esportivos, então a Nike nunca
esteve ali.
AINDA NA LIDERANÇA
Entre os 26 jogadores
da seleção brasileira na Copa do Qatar, a Nike é a fornecedora de material
esportivo com maior presença na equipe de Tite. O placar para a empresa
norte-americana é de 10 a 9 no embate com a Adidas. A Puma tem outros sete
jogadores.
O cenário das chuteiras da seleção brasileira para
a Copa 2022 está assim:
Nike (10):
Vini Jr, Richarlison, Rodrygo, Danilo, Marquinhos,
Casemiro, Fred, Lucas Paquetá, Alisson e Éverton Ribeiro.
Adidas (9):
Dani Alves, Alex Telles, Éder Militão, Fabinho,
Bruno Guimarães, Raphinha, Gabriel Jesus, Gabriel Martinelli e Pedro.
Puma (7):
Neymar, Antony, Alex
Sandro, Thiago Silva, Bremer, Ederson e Weverton.
Na eventualidade de perder Vini Jr, a Nike pode ver
escapar das mãos um talento que tem perspectiva de presença na seleção a longo
prazo, por mais que o fato de ser parceira da CBF já assegure, por si só, uma
posição privilegiada nos compromissos da seleção.
O litígio com Vini Jr está longe dos planos da
Nike, já que o jogador é um exemplo relevante dos projetos da empresa para o
futebol: um jogador do setor de ataque, jovem, que atua em um time grande (Real
Madrid) e já presente na prateleira mais alta do futebol. Vini foi oitavo na
eleição de melhor do mundo na temporada passada, feita pela revista France
Football.
Além de Vini Jr, a Nike vê em Rodrygo, também do
Real Madrid, um perfil similar e com potencial de brilho futuro e chance de ser
relevante ainda nesta Copa do Qatar.
Autor: EDER TRASKINI E LUCAS MUSETTI
PERAZOLLI/folhapress
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