De origem francesa, surgida na idade média, a maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa, que busca o progresso e o constante aperfeiçoamento dos seus membros.
É dessa forma que caracteriza o termo, a Grande Oriente do Brasil (GOB), a mais antiga associação de lojas maçônicas brasileiras.
Um vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceu pedindo apoio, em uma loja maçônica, viralizou nesta terça-feira (4). Imagens têm irritado cristãos, que se dizem traídos e declaram voto em Lula.
Vídeo mostra Bolsonaro pedindo apoio e votos em loja maçônica. | Reprodução/Ag. Brasil e Twitter) |
O interesse pelo assunto surgiu após um vídeo antigo do
presidente Jair Bolsonaro (PL) viralizar nas redes sociais. As imagens mostram o candidato à reeleição
discursando em uma loja maçônica. Não há como precisar quando o ato ocorreu.
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De acordo com a Super Interessante, o nome vem do francês
maçon, que quer dizer pedreiro. Na época em que surgiu, grandes construções em
pedra, como castelos e catedrais, eram feitas.
O símbolo, inclusive, remete aos instrumentos utilizados
pelos trabalhadores que dominavam as técnicas da construção em pedra e
guardavam esse segredo.
Rodeada de mistérios, a maçonaria é formada
majoritariamente por homens, que se reúnem em lojas para estudar e planejar
ações.
Segundo a BBC, uma das
características é de que os integrantes costumam atribuir aos maçons a ideia de
"que eles se valem de suas posições sociais e profissionais para favorecer
outros membros e a própria organização". Os maçons, porém, afirmam que
isso é um "mito", diz o texto.
Políticos, médicos, profissionais de todas as áreas
ingressam na associação por meio de convites de outros membros mais antigos.
Passam por entrevistas, análise de histórico e rituais, que não costumam ser
detalhados e são restritos aos integrantes.
COMO A RELIGIÃO VÊ
A MAÇONARIA?
Recentemente, o Papa Francisco tem falado da sua
preocupação com a infiltração maçônica na Cúria e também em outras organizações
católicas. Ele, inclusive, alertou contra a Igreja "se tornar uma mera ONG
em seus métodos e objetivos - perigo que vem diretamente dessa mentalidade
secularista a que a Igreja sempre chamou filosofia maçônica".
Do lado dos evangélicos, a maçonaria
é considerada uma filosofia oculta, com pacto com o demônio, embora tenha
evoluído ao longo dos anos, segue gerando polêmica. O chamado "pacto de
silêncio", como são tratadas as reuniões dos integrantes da associação,
gerou relatos e teorias da conspiração, que acompanham a história dos maçons ao
longo dos séculos.
CERIMÔNIAS SECRETAS
De acordo com a BBC, cada loja se reúne oficialmente
quatro vezes ao ano, em cerimônias de acolhida a novos membros que podem ter
uma hora de duração. O que ocorre nos eventos costuma ficar apenas entre
membros.
A publicação ainda diz que as maçonarias não veem com bons
olhos que membros discutam política e religião. No entanto, um dos requisitos
para entrar para as lojas é acreditar em um poder superior, já que ateus não
são aceitos.
AUXÍLIO ENTRE
"IRMÃOS"
Segundo o Brasil Escola, a
organização está presente em todos os continentes e tem como lema a ciência, a
justiça e o trabalho. Tem como foco a liberdade dos indivíduos e dos grupos
humanos, sejam eles instituições, raças, nações; a igualdade de direitos e
obrigações dos seres e grupos sem distinguir a religião, raça ou nacionalidade.
Tem como base também a fraternidade de todos os homens, já que todos são filhos
do mesmo criador e, portanto, humanos e como consequência, a fraternidade entre
todas as nações.
Os integrantes da maçonaria se ajudam mutuamente e
costumam se chamar de irmãos. Antigamente secreta, hoje seus membros são
identificados, seja por assinaturas, uso de símbolos ou, até mesmo, por falarem
publicamente sobre o tema. Quando se fala em simbologia maçônica, a grande
maioria é ligada por instrumentos empregados na construção civil. Como detalha
o Brasil Escola, o sentido maior da construção "reforça a necessidade
constante de aprimoramento moral, intelectual e espiritual''.
Conforme a BBC Brasil, a estimativa é que haja mais de
seis milhões de maçons espalhados pelo mundo.
QUEM É MAÇOM?
Personagens históricos passaram pela
instituição, como, por exemplo, o político Winston Churchill e os escritores
Oscar Wilde, Rudyard Kipling e Arthur Conan Doyle. Quando se fala em Brasil,
nomes como D. Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Lêdo, Luis Alves de Lima e
Silva (Duque de Caxias), Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Prudente de
Morais, Campos Salles, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca,
Wenceslau Braz, Washington Luiz e Rui Barbosa integraram a organização.
O vice-presidente da República, hoje senador eleito pelo
Rio Grande do Sul, general Hamilton Mourão (Republicanos), é integrante do
grupo. Em 2019, durante sessão solene no Congresso Nacional, disse que 'a
contribuição do maçom à vida pública, política e social vem de longa data e
distintas geografias', como detalha a Agência Senado. O ex-ministro do governo
Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta, também é maçom.
A BBC aponta, inclusive, que em diferentes momentos
históricos a maçonaria foi acusada de conspirar e influenciar os bastidores da
política. De acordo com coluna de Rubens Valente, de 2020, parte importante da
maçonaria apoiou a campanha de Jair Bolsonaro em 2018.
É fato que a maçonaria está presente
na história do Brasil, inclusive já esteve no poder. O maçom Benjamim Constant
abrigou em sua casa uma reunião que decidiu pelo fim do Império, em novembro de
1889. Estavam presentes Campos Sales, Prudente de Moraes, Silva Jardim, Rangel
Pestana, Francisco Glicério, Ubaldino do Amaral, Aristides Lobo e Bernardino de
Campos.
Com o apoio de um militar respeitado, o também maçom
Deodoro da Fonseca, eles deram o golpe final, segundo o Brasil Escola, no
regime que haviam ajudado a criar. Ali iniciava o período de três décadas de
controle sobre os rumos do país. A ordem estava no auge do poder político. Esse
cenário seguiu até 1930, quando Getúlio Vargas chegou à presidência.
Autor: Franceli
Stefani/UOL/Folhapress
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