A Caixa Econômica Federal anunciou a saída do vice-presidente de Tecnologia e Digital, Cláudio Salituro. Ele é o quarto vice-presidente a deixar o banco desde as acusações de assédio sexual contra Pedro Guimarães, demitido em junho.
Em julho, o blog do jornalista Ricardo Noblat no site Metrópoles publicou vídeos e áudios em que Salituro aparece filmando e xingando servidores e terceirizados.
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Cláudio Salituro, então vice-presidente de Tecnologia e Digital da Caixa Econômica Federal | Divulgação/Caixa Notícias |
A saída de Salituro foi
anunciada nesta segunda-feira (17) em um comunicado ao mercado. A Caixa disse
apenas que o vice-presidente renunciou ao cargo por "motivos
pessoais", e não anunciou quem vai assumir a vice-presidência de
Tecnologia e Digital.
"A Caixa Econômica Federal
comunica à sociedade brasileira, aos seus clientes e empregados, e ao mercado
em geral que o Conselho de Administração acatou, nesta data, pedido de
renúncia, por questões pessoais, do Sr. Claudio Salituro ao cargo de
Vice-Presidente de Tecnologia e Digital", diz a nota.
"A CAIXA agradece ao Sr.
Claudio Salituro pelas relevantes contribuições, profissionalismo e dedicação,
desejando-lhe sucesso nos novos desafios."
Em julho, o blog do jornalista
Ricardo Noblat no site Metrópoles publicou vídeos e áudios em que Salituro
aparece filmando e xingando servidores e terceirizados. Na época, a Caixa
afirmou que o material seria analisado pela Corregedoria do banco e por
"empresa independente a ser contratada pela nova gestão".
Assim que assumiu a presidência
da Caixa, Daniella Marques, prometeu fortalecer canais de denúncia internos e
incentivar relatos de eventuais irregularidades, incluindo assédio sexual e
moral. Para simbolizar o fim da era Guimarães, o banco acabou com o uso
obrigatório de gravatas.
A diretoria da Caixa é composta
por 12 vice-presidências. Desde que o escândalo contra Guimarães veio à tona,
três vice-presidentes deixaram os cargos: Celso Leonardo Barbosa, de Negócios
de Atacado; Antônio Carlos Ferreira, de Logística; e Camila de Freitas
Aichinger, ex-vice-presidente da Rede de Varejo.
Em 29 de setembro, o MPT
(Ministério Público do Trabalho) pediu que a Justiça condene o ex-presidente a
pagar R$ 30,5 milhões pelas práticas de assédio sexual, moral e discriminação
contra funcionários do banco.
A ação pede ainda que cada um
dos integrantes do Conselho de Administração da empresa seja condenado a pagar
pouco mais de R$ 3 milhões pela "omissão em fiscalizar os atos dos
dirigentes da estatal".
Já ao banco, o MPT solicita à
Justiça o pagamento de R$ 305 milhões "pela omissão na investigação de
tais atos" e por responsabilização solidária. A defesa de Guimarães
classificou a ação de "improcedente e eleitoreira".
O banco, por outro lado, tem
ressaltado quatro ações tomadas a partir de junho: a contratação de uma
auditoria externa; a formação de um comitê independente para a investigação das
denúncias; a vinculação da corregedoria ao Conselho de Administração para maior
independência; e o reforço do canal de denúncias com profissionais
especializados.
Autor: ( Folhapress )
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