Os nordestinos estão pagando mais pela gasolina do que o restante dos brasileiros. Segundo levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor registrado na semana de 17 a 23 de julho na região foi de R$ 6,14 por litro, o que significa 25 centavos a mais por litro de combustível do que a média nacional do mesmo período, de R$ 5,89.
A diferença aumenta quando comparamos com outras
regiões do país. No Centro-Oeste, por exemplo, a média de preços do litro da
gasolina no mesmo período foi de R$ 5,65, ou seja, 49 centavos a menos do que
os preços registrados no Nordeste.
Considerando um carro popular com tanque de 50
litros, enquanto um nordestino paga, na média, R$ 307,00 para encher o tanque
de gasolina, um centro-oestino gasta R$ 282,50, uma diferença de R$ 24,50 por
tanque. Para chegar aos números divulgados, a ANP pesquisou o preço dos
combustíveis em 5.548 postos em todo o Brasil.
Entre as capitais, a situação não melhora. Quatro
das cinco capitais com o preço médio mais alto do litro da gasolina são
nordestinas. Natal lidera o ranking com o litro custando R$ 6,37. Teresina
ocupa a terceira posição com R$ 6,18, seguida por Salvador (R$ 6,10) e Recife
(R$ 6,08). Ao todo, apenas Maceió (R$ 5,87), João Pessoa (R$ 5,75) e Aracaju
(R$ 5,74) estão abaixo da média nacional. Em Fortaleza, nos 101 postos
pesquisados, a média de preço é de R$ 6,03. O preço mínimo encontrado na
capital cearense foi de R$ 5,69.
Apesar da diferença, o preço do litro da gasolina
vem diminuindo em todo país. No mês passado, o litro alcançou o maior valor
nominal pago pelos consumidores desde que a ANP passou a fazer o levantamento
semanal de preços, em 2004.
Desde então, esta é a quarta semana de queda
acentuada do preço do combustível. O recuo acumulado no período é de 20% na
média nacional.
Contribuiu para isso, a aprovação do Projeto de
Lei Complementar 18/22, que limita a alíquota do ICMS cobrada sobre combustíveis,
energia elétrica e telecomunicações. Segundo a economista do C6 Bank Claudia
Moreno, o projeto deve ajudar a reduzir o preço dos combustíveis no curto
prazo, mas pode
piorar o cenário adiante.
“O projeto traz um alívio para a inflação deste
ano, mas os efeitos não são duradouros. Projetos que aumentam a desoneração sem
contrapartida fiscal pressionam as contas públicas e podem ter o efeito
contrário à frente, o de pressionar a inflação”, afirma Claudia Moreno.
Além disso, na última quarta-feira, a Petrobras
realizou a primeira redução do ano do preço de venda da gasolina para as
refinarias. O valor do litro passou de R$ 4,06 para R$ 3,86. Essa redução, no
entanto, ainda não chegou totalmente ao consumidor final, o que pode indicar
uma nova redução no preço dos combustíveis na bomba na semana que vem.
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