Após uma abordagem policial, uma mulher acabou falecendo de mal súbito em Uberlândia (MG), no último sábado (18). Para familiares de Franciele Aparecida, de 34 anos, houve erro na conduta dos policiais, além de demora no atendimento da vítima.
O momento da abordagem foi gravado em vídeo.
Conforme mostram as imagens, viaturas estacionam próximo a um comércio no
Bairro Tocantins. Lá estavam Franciele, seu marido, o vendedor Eduardo de
Oliveira e o filho do casal, de 4 anos.
“Tava trabalhando, lavando minha calçada, aí
minha esposa chegou para trazer o almoço pra mim e para o meu filho de 4 anos.
Automaticamente vieram várias viaturas abordando eu e ela”, contou Eduardo ao
portal G1.
Ainda segundo o vendedor, os policiais
realizaram uma revista no estabelecimento. Eduardo era alvo de uma operação
policial ele já esteve preso e usa tornozeleira eletrônica.
“Eu nem tenho como falar o
porquê. Eles estão tendo uma perseguição comigo há 3 meses. Antes dessa, já
tinham ido 2 vezes no meu estabelecimento caçando arma, falando que era 'disque
denúncia', e não acharam nada”, denunciou.
Em seguida, os policiais levaram o casal até a
casa deles para realizar mais revistas. Lá estavam os outros dois filhos do
casal, incluindo uma adolescente de 14 anos, que relatou que a mãe começou a
passar mal e teve convulsões.
“O policial veio e falou assim: 'o que você tá
sentindo?’, ela disse ‘eu to passando muito mal’. Ele perguntou se queria que
pegasse uma coberta, porque ela estava de vestido, e ela falou ‘sim’. Nisso, ela
sentou no sofá, e eu perguntei se ela queria um prato de comida. Ela falou ‘eu
quero’', aí eu fui lá e peguei. Na hora que voltei ela começou a ter a
convulsão”, disse a jovem.
Franciele foi encaminhada
para a Unidade de Atendimento Integrado do Bairro Luizote de Freitas. Segundo
parentes, ela teve seis paradas cardíacas. No laudo médico, a causa da morte
foi dada como “indeterminada”.
Uma tia da vítima afirma que a sobrinha nunca
teve convulsões. “Ela não tinha nada. A pressão foi tanta que, olha para você
ver, levou a pessoa à morte. E tem a questão também dela já estar passando mal
aqui, até mesmo antes da filha gritar. Quando a filha viu que não tinha mais
jeito, começou a gritar. Eles falaram que não era nada, que era só uma crise”,
disse Sabrina Lima.
Por isso, ela acredita que houve exagero na
conduta dos policiais. “É uma covardia, porque eles poderiam ter dado socorro
para a ela, independente se eles estavam fazendo ou deixando de fazer o
trabalho deles, eles deveriam ter dado o socorro. Todo mundo viu que eles até
fecharam o portão, que falaram que não ia dar o socorro, que eles iriam ficar
lá dentro”.
“Eu estou me sentindo um nada, eu fiquei sem
esposa, meus filhos ficaram sem mãe, e é muito difícil. É tanta injustiça que
eu chego até a perder minha esposa? Eu quero justiça”, lamentou o viúvo.
O capitão Elias Alves, chefe de comunicação da
PM, afirmou, ao portal G1, que"todo o procedimento na ação policial foi
legal, legítimo e amparado no cumprimento de uma determinação da 4ª Vara
Criminal da comarca de Uberlândia, portanto, toda a ação policial foi
respaldada pela Justiça. A Franciele teve um mal súbito durante o cumprimento
do mandado de busca e apreensão e foi devidamente socorrida à unidade de saúde,
no caso a UAI Luizote".
yahoo
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