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Mesmo morando na rua, casal cuida de 17 cães: 'não vendo, não troco, não empresto nem alugo, é minha família', diz mulher.

Uma rampa de skate serve de abrigo e casa improvisada para Renato dos Santos, de 33 anos, e Damiana Dias, de 39 anos. É nesse local, na região central do Recife, que eles dormem com seus 17 cães, a quem amam como "filhos". "Muita gente fica no pé para a gente vender. Eu fico: não vendo, não troco, não empresto nem alugo. É minha família", disse Damiana.


Renato dos Santos e Damiana Dias moram na rua, no Recife, e cuidam de 17 cachorros — Foto: Reprodução/TV Globo


Os dois foram morar na rua há cerca de um ano, depois que Renato, que vivia de bicos, se viu sem dinheiro. Damiana explicou que tinha ficado sem teto quando criança e se viu na mesma situação na idade adulta. "Muita gente critica morador de rua, mas não sabe a realidade que a gente passa", declarou.

O casal faz o possível para alimentar a todos e improvisam um "fogão" com tijolos e lenha para fazer a refeição para os "filhos". "Comem melhor do que a gente, graças a Deus. Eles comem arroz com fígado de galinha, ração e macarrão", contou Damiana.

Bolinha, a primeira da trupe, foi encontrada logo que o casal ficou sem casa. Segundo eles, a cadela ia ser jogada no lixo, no bairro do Ibura, na Zona Sul da capital.

"Eu senti alegria, fiquei emocionado, porque foi Deus colocou ela na minha vida. Foi um presente. [...] Todos eles são meus filhos, minha família. Não abro mão de nenhum", afirmou Renato.

Ela é a única dos 17 animais que foi castrada. Antes disso, foi responsável pelo aumento da família. Além de cuidar da alimentação, o casal se preocupa com a saúde dos bichos e leva eles ao Hospital Veterinário do Recife.

Para conseguir a ajuda necessária, Renato e Damiana caminham por vários bairros da Região Metropolitana do Recife em busca de doações.

Para todo canto, levam os 17 cachorros em carrinhos de supermercado. As rodas estão bem desgastadas e quase não tem mais espaço.

"São 17 meninos que a gente tem, que a gente ama muito. O que a gente precisa é de um terreno, de sair dessa situação. [...] Eu faço uma casa com as minhas próprias mãos, não precisa ser uma casa não. Eu não sou ambicioso", declarou o homem.


Embora faça o possível para manter o sorriso no rosto, Renato afirmou que morar na rua é uma experiência "muito ruim". "Eu não desejo isso para ninguém. [...] Se puder fazer o impossível para não deixar uma pessoa passar por isso, por favor, ajudem, façam o que puder", disse.


"Entrego na mão de Deus e espero quem puder me ajudar. Esse aqui é um exemplo de vida, de moral, de respeito. [...] Tem muita gente que tem uma vida financeira boa, tem uma casa para morar, e não cuida como a gente cuida dos nossos animais", declarou Renato.


Em nota, a prefeitura do Recife informou que a Secretaria-executiva de Assistência Social, que atende pessoas sem-teto, tem uma equipe que acompanha o casal. A eles, segundo o município, foi oferecido ficar em um abrigo, mas eles recusaram por não poderem levar os animais.


A prefeitura também afirmou que o casal foi atendido pelo Programa Atitude, voltado para usuários de drogas, para que fossem atendidos na rede de saúde, mas que os dois recusaram. O município ressaltou que, para que o tratamento seja feito, é preciso que a pessoa aceite. 

G1

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