Com o repasse do último reajuste nas refinarias da Petrobras, o preço do diesel nos postos brasileiros subiu 3,2% esta semana e atingiu novo recorde desde o início da pesquisa semanal de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), em 2004.
O preço médio do combustível chegou a R$ 6,847 por litro.
Combustível subiu 3,2% na semana | Reprodução |
O preço médio do combustível chegou a R$ 6,847 por
litro. O valor é 2,9% superior ao recorde atingido na semana de 19 de março,
logo após os mega-aumentos promovidos pela Petrobras, e 44% superior ao pior
período da greve dos caminhoneiros de 2018.
A pesquisa da ANP encontrou o litro de diesel a até
R$ 8,300, em Cruzeiro do Sul (AC). O preço máximo detectado pela agência esta
semana, porém, é 1,1% inferior ao verificado na semana anterior, em Porto
Seguro (BA).
Em 12 estados, o preço médio do combustível já
passa de R$ 7 por litro. A média estadual mais alta foi verificada no Acre: R$
8,067 por litro.
O reajuste no preço
do diesel anunciado pela Petrobras na segunda-feira (9) provocou a demissão do
ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que foi substituído por Adolfo
Sachsida, que assessorava o ministro da Economia, Paulo Guedes.
A empresa alegou que precisava acompanhar a
evolução das cotações internacionais do produto, que já tinha defasagens
superiores às verificadas antes do mega-aumento de março. O aumento, de 8,87%,
porém, não foi suficiente para zerar a diferença.
Segundo dados da
Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a defasagem
entre o preço médio do diesel nas refinarias brasileiras e a paridade de
importação está hoje em R$ 0,57 por litro.
A diferença é ainda maior no preço da gasolina, que
teve o último reajuste há mais de dois meses: R$ 1,07. O mercado, porém, avalia
que a Petrobras deve suportar perdas por mais tempo, diante da pressão do
governo contra reajustes.
Logo em sua posse, o novo ministro de Minas e
Energia prometeu estudos para privatizar a estatal. No dia seguinte, o governo
entrou com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar forçar os estados
a baixar o ICMS sobre o diesel.
Nas bombas, o preço da gasolina ficou estável esta
semana, em R$ 7,298 por litro, apesar da queda da cotação do etanol anidro, que
representa 27% da mistura vendida nos postos. Em duas semanas, o produto recuou
7,7% nas usinas de São Paulo.
O etanol hidratado vem caindo com mais intensidade
nas usinas: em duas semanas, acumula recuo de 13,7%. Nas bombas, o preço médio
do combustível caiu 2,1% esta semana, para R$ 5,323 por litro.
Segundo a ANP, o preço do botijão
de gás de 13 quilos permaneceu estável novamente, em R$ 112,93.
FOLHAPRESS
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