O número de desabrigados em Petrópolis subiu para 643 depois do forte temporal que atingiu a cidade neste domingo (20). Eles estão sendo atendidos em pontos de apoio espalhados pelos bairros, onde já estavam vivendo cerca de 400 pessoas desde a última tragédia.
Em 24 horas, caíram 536 milímetros de água, mais que o dobro do acumulado no dia da tragédia (260 milímetros) -quando a chuva, porém, ficou concentrada em poucas horas. Era a marca mais alta desde o início das medições, em 1932.
Corpo de Bombeiros/RJ |
O município serrano do Rio de Janeiro voltou a sofrer com as chuvas
cerca de um mês após o maior desastre de sua história recente, que deixou 233
mortos e 4 desaparecidos. Desta vez foram 126 ocorrências registradas, 107
delas por deslizamentos.
Ao menos cinco pessoas morreram e três estão
desaparecidas desde o último fim de semana, segundo o Corpo de Bombeiros. Dois
óbitos ocorreram no Alto da Serra, dois na região central e um no bairro
Valparaíso. Uma pessoa também foi resgatada com vida.
Em 24 horas, caíram 536 milímetros de água, mais
que o dobro do acumulado no dia da tragédia (260 milímetros) -quando a chuva,
porém, ficou concentrada em poucas horas. Era a marca mais alta desde o início
das medições, em 1932.
O maior volume pluviométrico em dez horas durante a
tarde e a noite deste domingo ocorreu no bairro São Sebastião, com 415
milímetros, e também nas localidades Coronel Veiga (375 milímetros), Dr.
Thouzet (364 milímetros) e Vila Felipe (337 milímetros).
Entre as áreas mais afetadas desta vez estão também
Alto da Serra e Chácara Flora, regiões que já haviam sido castigadas em 15 de
fevereiro. Cruzes que foram fincadas na praça da Águia em homenagem às vítimas,
quando o evento completou um mês, foram arrastadas.
Em razão das chuvas, a vacinação contra a Covid-19
foi paralisada, e a Secretaria de Educação de Petrópolis decidiu suspender as
aulas nas escolas e centros de educação infantil públicos e privados. Diversas
ruas estão interditadas, e linhas de ônibus, interrompidas.
"Todas as pessoas estão recebendo o suporte da Secretaria de
Assistência Social para o atendimento das necessidades essenciais e a Defesa
Civil percorre todos os pontos de apoio para cadastrar os registros de
ocorrências e realizar a vistoria dos imóveis", afirmou a prefeitura.
A tempestade também afetou as buscas voluntárias pelos desaparecidos no
último desastre. O marceneiro Leandro da Rocha, 48, que tem liderado essas
ações, diz que foi surpreendido quando voltava com três companheiros do rio
Quitandinha, que transbordou novamente, alagando o centro da cidade.
"Desceu água tudo de novo, a cidade está
submersa. Eu estou ilhado aqui, consegui parar o carro num ponto mais alto.
Muita chuva, muita água descendo de novo, coisas sendo carregadas. Estou
aguardando isso tudo parar de novo, não sei o que vai ser. É difícil, tudo de
novo, só Deus para nos ajudar mesmo", afirmou.
Em nota, a Defesa Civil Estadual e o Corpo de
Bombeiros disseram que estão mobilizados para prevenir e minimizar os danos
causados.
"Em Petrópolis,
cerca de 150 militares atuam na resposta às ocorrências provocadas pelas
chuvas, com apoio das unidades especializadas, incluindo as equipes do
Grupamento de Busca e Salvamento, Socorro Florestal e Meio Ambiente, com
suporte dos cães farejadores da corporação", afirmaram.
0 Comentários