Fóssil estava sob os cuidados, em caráter provisório, do Instituto Real de Ciências Naturais da Bélgica (IRSN). Ele agora vai ser direcionado ao Museu de Ciências da Terra, no Rio de Janeiro.
O fóssil de um crânio da espécie Pteurosauria originário da Bacia do
Araripe, no Ceará, foi repatriado da Bélgica para o Brasil na última
segunda-feira (31). A peça paleontológica estava no acervo do Instituto Real de
Ciências Naturais da Bélgica.
De acordo com o coordenador do Laboratório de Paleontologia da Universidade
Regional do Cariri (Urca), Álamo Saraiva, o crânio é de um tapejarídeo, um
pterossauro que viveu na Bacia do Araripe entre 220 e 116 milhões atrás.
“Esse fóssil que estava na Real Academia de Ciência da Bélgica talvez
tenha saído do Brasil nos anos 1990. É um fóssil muito importante, é um crânio
completo de um tapejarídeo, ou seja, de um pterossauro que viveu aqui na Bacia
do Araripe aproximadamente entre 220 a 116 milhões de anos passados. Esse
material é importante pelo estado de preservação em que ele se encontra”,
explica.
Novo museu
Embora tenha origem cearense, o fóssil repatriado vai ficar no Rio de
Janeiro, sob os cuidados do Museu de Ciências da Terra.
“Fico feliz em saber que ele volta para o Brasil e, ao mesmo tempo, um
pouco de constrangimento por saber que ele não vem para o local de origem dele,
que é a Bacia do Araripe, onde tem o Geopark Araripe, onde tem o Museu de
Paleontologia. Lembrando que essas peças nos trazem dividendo no sentido de
ficarem expostas em museus, atraindo turistas ao passo que em outro museu
poderia ficar dentro de uma gaveta”, diz.
Álamo Saraiva deu detalhes do animal cujo fóssil se tornou patrimônio
paleontológico brasileiro. “Esse pterossauro é um tapejarídeo, ou seja aqueles
que tinham uma crista grande, talvez bem colorida no alto da cabeça. Eles não
possuíam dentes e dessa forma ele tem muitos representantes aqui da mesma
família, contudo com uma preservação especial. Acreditamos que ele tivesse
cerca de 4 a 5 metros de envergadura de asa. Deveria ser um ser muito elegante
quando estava em voo”, revela.
Em nota, o governo brasileiro agradeceu à Bélgica, e em especial ao
Instituto Real de Ciências Naturais, pela cooperação para retorno do fóssil ao
Brasil. A recuperação do fóssil foi coordenada pelo Ministério das Relações
Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Bruxelas e do Serviço Geológico
Brasileiro.
*Conteúdo “G1 CE”
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