não mexer

header ads

Principais líderes da política do Ceará parecem descartar Bolsonaro.

O senador Luiz Eduardo Girão (Podemos) se move para viabilizar palanque ao pré-candidato, ex-juiz Sérgio Moro. No dia do encontro do partido, para lançar o nome dele, em território cearense, o presidente do PROS, deputado capitão Wagner, estava presente ao evento. Os bolsonaristas odeiam Moro. Wagner sentiu o efeito, está calado. Maior nome da oposição, o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, praticamente descartou o apoio a Bolsonaro, com uma declaração direta: “Burro!”.  



A outra grande liderança de direita, o deputado Heitor Freire, parece ter sido mais lúcido, ao seguir apoiando políticas públicas do governo Bolsonaro, fuçando distante dos bastidores da guerra, em redes sociais. Mantém seu forte vínculo com o PSL, partido que deverá se unir ao DEM e formar o União Brasil. Freire trabalha sua reeleição, que é considerada certa, com o voto da verdadeira direita, independentemente do projeto Bolsonaro, a quem não rejeita. 


Observando os movimentos do grupo, eles são poucos e tímidos. O volume se torna um pouco maior por conta de determinadas pessoas, que se opõem ao governo Camilo ou das lideranças de Cid e Ciro Gomes. Trata-se de um campo de direita oposicionista muito reduzido. Um grupo da oposição mais robusto foi ao presidente pedir presença mais efetiva da Polícia Federal no Ceará. Bolsonaro perguntou se tinha outras táticas. Foram embora. De forma surpreendente, o presidente atendeu, mas o alvo foi o pré-candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, transformando a ação em ato politiqueiro. O alvo preferido era o governador ou o ex-prefeito Roberto Cláudio. Os dois são limpos, mas a CGU do Ceará busca, como “agulha no palheiro, indícios de coisa errada nas suas gestões. Durante a campanha de José Sarto, a presença da PF se fez evidente. Foi só susto e efeito político. Não deu certo, ele acabou eleito, Roberto Cláudio fez o sucessor e ainda saiu como melhor prefeito do Brasil. Bolsonaro tem razão: a polícia política até ajuda, mas tem que se buscar nomes competitivos e populares.


O Ceará é a referência de governança e política fiscal no País. O Estado tem mais receita própria do que repasses obrigatórios da União, o que garante autonomia e prestígio junto aos financiadores estrangeiros e às empresas que buscam aqui se instalar. Sejam nacionais ou estrangeiras. 


Derrotar o atual governo cearense não é tarefa fácil. A sociedade apoia o projeto. São milhões de empregos garantidos, crianças e adolescentes em belas escolas, estrutura de saúde regionalizada e infraestrutura modelar, com distritos industriais em todas as regiões. É um fato marcante, a economia do Ceará começa a criar um desenho com suas próprias vocações. Exemplo: São Gonçalo, com o aço, o porto, a indústria de geradores e placas solares e a ZPE. No litoral, o atum, o camarão, a lagosta e o turismo de praia. No Vale do Jaguaribe, a fruticultura. No Sertão Central, a bacia leiteira, o polo de calçados e confecção. Tem o turismo religioso e de serra. Basta ir à Ibiapaba, Meruoca e Guaramiranga. É preciso algo seguro e melhor para o eleitor mudar de lado. 


A eleição presidencial terá efeito forte no cenário estadual. Com a oposição ainda por se organizar, fica difícil para o Palácio do Planalto fazer apostas maiores no Ceará, devendo ficar com seus originais aliados: Heitor Freire, André Fernandes, Carmelo Neto e Mayra Pinheiro. Existem, ainda, outros nomes, que chegaram depois, mas sem muitas expectativas. O que não se pode esconder é que há grupo bolsonarista no Ceará. O problema é agarrar a bandeira do presidente e abraçar a causa. 


No mundo da política, as ferramentas mudaram e estão em aperfeiçoamento. A internet criou um espaço gigantesco para quem não tinha vez nem voz, beneficiando todos os atores políticos. O problema é incorporar a causa. 

 

Roberto Moreira 

Postar um comentário

0 Comentários