Após quase quatro anos do atentado contra Jair Bolsonaro - e com duas investigações apontando que o autor da facada, Adélio Bispo, agiu sozinho - a Polícia Federal irá abrir, pela terceira vez, uma investigação sobre o caso que, por sinal, já estava arquivado pela 3ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG), desde julho de 2020.
Em ano de eleição, desta vez, o inquérito será presidido pelo delegado Martin Bottaro Purper, 43, que já investigou o PCC.
A Justiça o considerou Adélio Bispo doente mental e, por isso, inimputável | Reprodução |
Desta vez, a PF designou o
delegado Martin Bottaro Purper, 43, para presidir o novo inquérito,
conforme divulgou a Folha de São Paulo, hoje (5). Ele entrou para a corporação
em 2004, como agente administrativo, e dois anos depois, foi empossado
delegado. Em seu currículo está uma investigação sobre o Primeiro Comando
da Capital (PCC).
O atentado contra Bolsonaro aconteceu em 6 de
setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG), pouco mais de um mês antes das eleições
presidenciais daquele ano. Na ocasião, ele estava em campanha para a
presidência da República. O, então candidato, foi atingido com uma facada no
abdômen. O golpe foi dado por Adélio Bispo de Oliveira que, segundo as duas
primeiras investigações feitas pela Polícia Federal, agiu sem ajuda de
terceiros ou a mando de alguém.
O "atentado" fez com que Bolsonaro
não participasse dos debates contra seus rivais pela presidência. Mesmo assim,
seguiu agenda pelo país. Quatro anos depois, novamente em ano de eleição, a
família Bolsonaro segue não acreditando na conclusão dos inquéritos e questiona
o trabalho dos policiais federais.
No novo inquérito, Martin Bottaro deverá
buscar informações que possam esclarecer se Adélio Bispo agiu sozinho. Desta
forma, o advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que atuou
na defesa do acusado, também será investigado. Um pedido de quebra de
sigilo bancário e dos celulares dele reabriu em partes a apuração sobre o caso.
A intenção é identificar quem custeia a custeia a defesa de Bispo.
Em novembro passado, com base em um pedido do
criminalista Frederick Wassef, advogado do clã Bolsonaro, o TRF-1 (Tribunal
Regional Federal da 1ª Região), determinou a reabertura do caso. O
tribunal autorizou que a PF vasculhe dados bancários e o conteúdo do
celular apreendido em poder do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior,
um dos defensores de Adélio. As informações podem revelar quem custeou os
honorários advocatícios, o que, para Bolsonaro e seus aliados, levará a polícia
ao suposto mentor do crime.
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