A
devolução de fósseis ao Cariri registrou aumento neste ano de 2021. De acordo
com o diretor do Museu do Plácido Cidade Nuvens, Alysson Pinheiro, somente
neste ano, 487 patrimônios retornaram ao seu local de origem. A divulgação
sobre o tema e o acesso à informação foram fatores que colaboraram para a
manutenção dos patrimônios locais, segundo o gestor. A entrevista
foi ao jornalista Farias Júnior, da rádio CBN Cariri.Acervo de fósseis do Museu de Paleontologia Plácido Cidades Nuvens, de Santana do Cariri(foto: TATIANA FORTES 22/10/2018)
No
último mês de outubro, um conjunto com 37 aranhas fósseis caririenses que estavam no
acervo da Universidade do Kansas (EUA) foi devolvido ao Cariri. Dentre elas estava a aranha Cretapalpus
vittari, descrita neste ano por um
pesquisador estadunidense e que homenageia a drag queen Pabllo Vittar.
Além disso,
por meio da operação Santana Raptor, da Polícia Federal, 237 fósseis oriundos da Chapada do
Araripe, no sul do Ceará, foram entregues ao Museu de Paleontologia, em Santana
do Cariri.
O diretor do
Museu ressaltou a importância da permanência desses patrimônios na região do
Cariri. “Esse fóssil que está dando lucro para algumas pessoas no mundo,
poderia ser uma alternativa de desenvolvimento para a região do Cariri. Para
além da legislação, esse fóssil do Cariri, preferencialmente, precisa estar
aqui, porque foi daqui que ele saiu e é aqui onde precisa se desenvolver”,
afirmou
Para
combater o tráfico de fósseis, foi criada ainda a campanha “Lugar de fóssil é
no Museu”, destaca o diretor. Em 2021, já foram 25 fósseis devolvidos por meio
da ação. “Esse entendimento de fóssil como patrimônio é recente. Historicamente
muitas pessoas tinham fósseis em casa, encontravam no quintal, na roça,
ganhavam de presente e usavam na decoração ou como peso de papel e não é o
local adequado. Lugar de fóssil é no Museu, e o que temos que se dedica
exclusivamente a preservação do patrimônio fossilífero é o Plácido das Nuvens”,
destaca.
Pessoas
que têm fósseis em casa podem doar ao Museu sem ter problema com a Justiça,
segundo o diretor. “Comercializar sob hipótese nenhuma, é crime federal. O
museu está nas redes sociais, basta entrar em contato e explicar que tem um
fóssil para doação. Além disso, temos parceria com o Geoparque do Araripe e as
pessoas podem entrar em contato com o Geoparque para entregar ao Museu”,
afirma.
O Povo.
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