A prova habitual se transformou em pedido de socorro no Vale do Anari, cidade com pouco mais de 10 mil habitantes no interior de Rondônia. Uma menina de 13 anos escreveu no teste: "Por favor me ajuda meu pai bate na minha mãe chama pra mim a polícia". O pedido de ajuda ocorreu em 9 de novembro e anteontem o caso ganhou um desfecho: o homem foi localizado pela polícia e preso, segundo o delegado Celso André Kondageski, titular da delegacia de Machadinho D'Oeste, distante 54 quilômetros de Anari, mas que também atende a cidade vizinha.
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Logo após a menina fazer a denúncia na prova, o pai, agora detido, foi
chamado a dar explicações no Conselho Tutelar. "Ele repreendeu os filhos e
os expulsou de casa", afirmou Kondageski. O caso começou a ganhar
repercussão a partir deste momento, antes mesmo de ganhar o Brasil amplificado
pelas redes sociais, que distribuíram incansavelmente a imagem da prova.
"Ele vai responder também por abandono de casa", disse o delegado.
A menina de 13 anos autora da denúncia de violência doméstica tem mais
três irmãos. Duas meninas de 16 e 14 anos e um menino mais novo, com oito anos.
Havia outro bebê, que morreu com um ano, ainda quando a família vivia no Pará.
Foi essa morte que teria, segundo o delegado Kondageski, motivado o início das
agressões.
A mãe da menina de 13 anos, ao ser levada à delegacia, estava bastante
abalada física e emocionalmente, como contou o delegado. Foram necessárias duas
horas para ela admitir as agressões. "Ela tinha medo do agressor, mostrava
uma dependência afetiva e monetária do homem, ela dizia que ele não deixava
faltar nada para os filhos", contou o delegado.
Na última sexta-feira, dia 3, após tomar conhecimento do caso, a Justiça
determinou a prisão temporária do homem. Ele foi localizado no sítio da mãe na
cidade de Vale do Anari. Ele estava escondido em um banheiro nos fundos do
local.
Como denunciar
Recentemente, o governo de São Paulo sancionou lei que obriga
condomínios residenciais e comerciais a informarem casos ou indícios de
violência doméstica contra mulheres, crianças, adolescentes e idosos. É sabido
que pelo menos outros 15 Estados, além do Distrito Federal, já criaram regras
similares nos últimos anos.
Especialistas ouvidos para reportagem publicada pelo Estadão em setembro
de 2021 recomendam que, ao presenciar uma situação de violência doméstica, ou
até mesmo se houver qualquer desconfiança, a pessoa não deve interferir, mas
comunicar as autoridades policiais. Há uma série de canais em que essas
denúncias podem ser feitas: Disque 100 (número para denúncias do Ministério da
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) e Disque 180 (Central de Atendimento
à Mulher em Situação de Violência, por exemplo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte:
O Tempo
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