O presidente Jair Bolsonaro voltou nesta quinta-feira (29) a defender a utilização do voto impresso nas eleições durante a realização de live semanal, que nesta quinta-feira, excepcionalmente, durou 2 horas e 49 minutos. Normalmente, a live presidencial tem a duração de cerca de 1 hora.
Durante transmissão realizada pelas redes
sociais, e que teve, entre outros, a participação do Ministro da Justiça e
Segurança Pública, Anderson Torres, foram apresentados vídeos de eleitores que
foram às urnas em eleições anteriores apontando supostos indícios de fraudes na
utilização da urna eletrônica.
“Voto impresso auditável e contagem pública dos
votos é um instrumento de cidadania e paz social, garantia de paz e
prosperidade, de harmonia entre os Poderes. Nenhum Poder é absoluto, todos nós
temos limites. O que o povo quer, e nós devemos atendê-lo, é exatamente um
sistema de votação onde se possa ter a garantia de quem se votou, o voto vai
para aquela pessoa. Assim, nós conseguiremos, com toda certeza, uma paz no
Brasil, conseguiremos antecipar possíveis problemas e nós partiremos para a
normalidade”, afirmou.
Bolsonaro desafiou aqueles que cobram que ele
apresente provas de que há fraude na urna eletrônica a mostrarem que o sistema
não pode ser fraudado. “Será que se fazer eleições é seguro, é blindado? Os que
me acusam de não apresentar provas, eu devolvo a acusação. Me apresente provas
[de que a urna eletrônica] não é fraudável”.
O presidente também disse que defende a
realização das eleições. “Eu quero eleições no ano que vem, vamos realizar
eleições ano que vem, mas eleições limpas, democráticas, sinceras”, afirmou.
Resposta do TSE
Mais cedo, o presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, voltou a defender a segurança
da urna eletrônica. Durante um evento no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do
Acre, o ministro voltou a reafirmar que jamais foi registrada nenhuma fraude
desde a implantação das urnas eletrônicas, em 1996.
De acordo com o ministro, antes das urnas
eletrônicas, urnas de lona desapareciam, votos em branco viravam votos para
candidatos e “toda eleição tinha a suspeição da fraude”.
Barroso disse que a decisão sobre a adoção do
voto impresso no país é do Congresso Nacional, mas considera que a medida não é
segura. “Ele [voto impresso] precisa ser transportado. Estamos falando de 150
milhões de votos em um país em que muitas regiões têm problemas de roubo de
carga, milícias e facções criminosas. Vamos criar um mecanismo de auditoria que
vai trazer insegurança, riscos para o sistema”.
O ministro reafirmou que o voto eletrônico é
auditável. “Gostaria de desfazer a crença de que voto impresso e voto auditável
sejam a mesma coisa. O voto eletrônico é auditável quando tudo começa, porque o
programa tem seu código-fonte aberto a todos os partidos. A urna produz um arquivo
digital chamado registro digital do voto e qualquer partido pode pedir e
imprimir os votos. O sistema é seguro, transparente e auditável em muitas de
suas etapas”.
Pela sua conta oficial no Twitter, o TSE
respondeu à live do presidente. Entre outras postagens, o tribunal postou que
“investigadores da edição de 2019 do Teste Público de Segurança (TPS), entre os
quais, peritos da @policiafederal, admitem que novas barreiras de segurança da
urna eletrônica são eficazes”.
Fonte: https://gcmais.com.br/
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