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Ao menos 15 capitais têm atos por impeachment de Bolsonaro.

Manifestantes foram às ruas, neste sábado (3), em ao menos 15 capitais pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Carlinhos Luz / Twitter @MST_Oficial

É a primeira mobilização desde que um superpedido de impeachment foi protocolado na Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (30), e após novas denúncias de corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19 pressionarem o governo federal.

Os atos foram preparados às pressas, depois que as organizações que puxam a iniciativa decidiram antecipar a mobilização. Até então, o ato seguinte seria em 24 de julho, mais de um mês depois do protesto de 19 de junho. A manifestação do dia 24, no entanto, está mantida.

Até o início da tarde, estavam em andamento ou já haviam terminado manifestações em Belém, Porto Velho, Boa Vista, Recife, Maceió, São Luís, Teresina, João Pessoa, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Florianópolis, Goiânia, Cuiabá e Campo Grande.

Cidades do interior de São Paulo, Paraná e Ceará também registraram atos.

No Rio de Janeiro, o protesto durou aproximadamente três horas. Começou por volta das 10h e ganhou mais participantes por volta das 11h30, chegando a ocupar três das quatro pistas da avenida Presidente Vargas, no centro. Apesar de aglomerações em alguns momentos, foi mais esvaziado do que o do dia 19.

Camisetas de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) eram vendidas no ato carioca.

No Recife, palco de forte repressão policial no protesto de 29 de maio, o ato transcorreu sem incidentes. Além de pedir o impeachment de Bolsonaro, os manifestantes na capital pernambucana empunhavam cartazes pedindo a aceleração da vacinação contra a Covid. Uma das faixas exibia a mensagem "Ninguém aguenta mais! Fora Bolsonaro e seus generais".

Em Belém, o ato contou com a presença do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL). "Participei das manifestações democráticas contra a política genocida do governo Bolsonaro e em homenagem às mais de 520 mil vítimas da Covid-19 no Brasil. Por vacina para todos e todas e comida no prato do povo", disse.

 

Em Maceió, manifestantes carregaram um caixão no ato contra Bolsonaro. Uma faixa foi estendida com dizeres "Fora Bolsonaro. Por vacina no braço e comida no prato".

Sob chuva, os participantes do ato na capital alagoana utilizaram máscaras e, na marcha pelas ruas, fizeram fila indiana para manter distanciamento e evitar a propagação do novo coronavírus.

Manifestantes também foram às ruas de Ribeirão Preto (SP) neste sábado pedindo impeachment, vacinação em massa e a não privatização dos Correios. Eles utilizaram máscaras e ao menos um voluntário distribuía álcool em gel, mas houve aglomerações em alguns momentos.

Em Campinas (SP) e em Franca (SP), grupos saíram em passeata pelas ruas, enquanto em Tatuí (SP) os manifestantes fizeram uma carreata com centenas de veículos decorados com balões e bandeiras, a maioria na cor vermelha.

As manifestações são convocadas por movimentos sociais e partidos de esquerda, que têm buscado ampliar a adesão de alas da direita e do centro contrárias a Bolsonaro. Embora não seja a posição majoritária, parte dos líderes resiste à entrada de novas cores ideológicas.

Um superpedido de impeachment foi protocolado na Câmara por iniciativa de PT, PDT, PSB, PC do B e PSOL, além de ex-bolsonaristas como os deputados Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (sem partido-SP) e de outros movimentos da sociedade civil.

A bandeira "fora, Bolsonaro" se mantém como a principal das manifestações, ao lado dos pleitos por mais vacinas contra a Covid e por auxílio emergencial de R$ 600. As suspeitas de corrupção que vieram à tona nos últimos dias vão engrossar a lista de pautas.

Os organizadores atribuem a diminuição no número de atividades ao prazo curto que tiveram para preparar a nova rodada. De maio para junho, a quantidade de atos tinha quase dobrado. A expectativa é que, ao menos nas maiores capitais, o volume de participantes, na casa dos milhares, seja mantido.

Partidos como o PT do ex-presidente Lula –hoje o maior adversário de Bolsonaro para as eleições de 2022–, o PSOL e o PC do B estão envolvidas na organização desde maio, em conjunto com frentes como a Povo sem Medo, a Brasil Popular e a Coalizão Negra por Direitos, que reúnem centenas de entidades.

No lado dos mobilizadores, uma das principais novidades foi a entrada do diretório municipal de São Paulo do PSDB, anunciada ao longo da semana por seu presidente, Fernando Alfredo. O diretório nacional do partido, no entanto, manteve a decisão de não participar ativamente da convocação.

A situação se repete em outras legendas, que também têm movimentos internos e instâncias locais envolvidas na mobilização, mas no plano nacional adotaram posição de neutralidade, alertando para os riscos de aglomerações em meio à pandemia e deixando a adesão a critério dos filiados.

Setores ou dirigentes de siglas como PSL, PV e Avante decidiram endossar os atos, uma novidade em relação a junho. Já estavam nessa situação: PDT, PSB e Rede Sustentabilidade. O Cidadania é o único partido mais ao centro que decidiu, em ato do presidente nacional, Roberto Freire, apoiar os protestos.

A avaliação geral é a de que o presidente da República perdeu de vez um fundamento estruturante de seu discurso, o de que seu governo não tinha casos de corrupção –embora a tese já fosse contestada a partir de investigações de ministros e de filhos por suspeitas da prática de "rachadinha".

Grupos à direita, como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o VPR (Vem Pra Rua), que capitanearam manifestações contra governos do PT e em favor da Operação Lava Jato, até aqui se mantêm fora da convocação, apesar de assinarem pedidos de impeachment de Bolsonaro.

FOLHAPRESS


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