A Floresta Nacional (Flona) do Araripe, no Ceará, completou, nesta quarta-feira (2), 75 anos de criação. A área foi a primeira floresta nacional a ser instituída no Brasil. A floresta foi criada para manter as fontes de água do semiárido e barrar o avanço da desertificação no Nordeste. Além de Araripe, a unidade abrange também os municípios cearenses de Santana do Cariri, Crato, Barbalha, Missão Velha e Jardim.
A floresta fica em dois locais distintos. Um deles na Serra do Araripe,
que abrange, além do Ceará, os estados de Pernambuco e Piauí; e a outra, na
Serra do Apodi, entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte.
Floresta fonte de pesquisa
O ponto de partida para a demarcação da floresta foi a Casa Sede,
construída em 1946 às margens da CE-292, rodovia que liga o Ceará a Pernambuco.
A ideia inicial era que o espaço servisse de apoio para o patrimônio verde.
Prevenção de incêndios
Ao longo do tempo, a floresta registrou inúmeros incêndios. Para
prevenir focos e ajudar na administração de toda a área foram criadas torres de
monitoramento. O instrutor de Formação de Brigada de Incêndio, Vicente Moreira,
destaca a importância das torres.
“Nós temos três torres de visualização de incêndio na Floresta Nacional
do Araripe. Uma delas foi construída há 40 anos e o seu material resiste bem
aos intempéries. Feito de ferro zincado, uma estrutura super interessante de
muita durabilidade. E ela tem um significado muito grande com relação aos
incêndios florestais porque ela vai nos dar suporte para saber se ocorre um
incêndio florestal e saber o local que ocorre um incêndio”, disse.
Espécies raras e Mata Atlântica
A Floresta do Araripe é administrada pelo Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e faz parte do Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza (Snuc). De acordo com especialistas a
floresta possui um dos últimos redutos de Mata Atlântica do Brasil. Além disso,
abriga espécies raras da fauna e flora, a exemplo do Soldadinho-do-Araripe, ave
em gravíssimo risco de extinção, que sobrevive na mata úmida no sopé da
floresta.
Além de promover a proteção da floresta, o ICMBio também tem a missão de
promover o turismo sustentável. Em tempos de pandemia, o contato com a natureza
tem sido mais procurado. A preocupação do órgão é tentar manter o
distanciamento para preservar a saúde dos visitantes.
“A gente pensa que faz parte da saúde mental e física poder estar
desfrutando de um espaço desses. Mas isso tem que ser feito com todos os
critérios, todos os cuidados. Não é porque estamos em espaços abertos que
podemos abrir mão das máscaras, porque aqui tem outras pessoas visitando o
espaço. Nós temos que ter cuidado com a fauna, não sabemos os efeitos desse
vírus com a fauna local”, diz Flávia Domingos, analista ambiental.
Foto: Frederico Holanda Bastos
Fonte: Portal G1 CE
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