Plano acertado pelo G7 envolve também encerrar após essa semana o debate na comissão sobre o uso de cloroquina.
Sem oitiva, CPI da Pandemia vota requerimentos de convocações e informações nesta quarta-feira (26) Foto: Edilson Rodrigues - 26.mai.2021/Agência Senado
Os senadores que
compõem o grupo majoritário da CPI da Pandemia decidiram que irão
alterar o cronograma da comissão para as próximas semanas, antecipando dois
depoimentos que ainda não estavam com data acertada: a reconvocação do ministro
da Saúde, Marcelo Queiroga, e a fala de Luana Araújo,
médica escalada para comandar uma secretaria dedicada à Covid-19 e cuja
nomeação foi barrada pelo Palácio do Planalto.
Eles devem ser chamados
a falar ainda em junho, informou o comando da CPI à CNN. A estratégia foi debatida neste
domingo (30), quando os integrantes do chamado G7 se reuniram de forma virtual.
Segundo Omar Aziz
(PSD-AM), presidente da CPI, o grupo avalia que Queiroga precisa voltar a falar
o quanto antes. A avaliação é que o atual ministro precisa ser novamente
inquirido diante da insistência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em
comparecer, sem máscara, a manifestações que causam aglomerações.
Relator da CPI, Renan
Calheiros (MDB-AL), afirmou que Queiroga tem sido “omisso e cúmplice” e, por
isso, a CPI entende que sua fala deve ser antecipada.
“Queiroga tem
silenciado quanto à continuidade do morticínio e este não é o seu papel.
Enquanto as UTIs continuam a encher e o presidente pedindo ao STF autorização
para aglomerar”, disse Renan, referindo-se à ação de Jair Bolsonaro para
impedir medidas de restrição de governadores.
Uso de cloroquina
O plano acertado pelo
G7 envolve também encerrar após a próxima semana o debate na comissão sobre o
uso de cloroquina. Os senadores entendem que já está estabelecida a ineficácia
do medicamento no tratamento da Covid-19 e, ao seguir falando sobre isso, a CPI
favorece distorções e até propaganda indevida do chamado “kit Covid”.
“Não adianta mais
ficar discutindo isso. O próprio presidente Jair Bolsonaro, que é o maior
defensor disso, não tem mais falado o nome do remédio publicamente”, disse Otto
Alencar (PSD-BA).
De acordo com
Alencar, a ideia do G7 é usar o depoimento da oncologista e imunologista
Nise Yamaguchi para falar do gabinete paralelo que supostamente assessorava o
presidente da República, como indicou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique
Mandetta. O grupo de senadores concordou que não dará mais espaço na comissão
para debater se cloroquina funciona ou não, pois já está comprovado que o seu
uso é indevido.
“Tudo que ela (Nise
Yamaguchi) precisaria falar sobre cloroquina já falou. Seria o caso de pedir
algumas confirmações. Sobre o gabinete paralelo já temos muita coisa e a expectativa
das pessoas que a conhecem é de que ela não vai mentir, se omitir ou negar o
que ocorreu e ocorre”, diz Renan Calheiros.
Os integrantes da CPI
já bateram o martelo sobre não chamar mais especialistas para falar do chamado
"tratamento precoce". Serão mantidos os nomes previstos para a
próxima semana: Nise Yamaguchi na terça-feira (1º) e um grupo de médicos na
quarta-feira (2) - neste dia, serão ouvidos Clovis Arns da Cunha, que é
presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, e outros três especialistas.
Mas a CPI avalia
ainda se Claudio Maierovitch, médico sanitarista e ex-presidente Anvisa e da
Fiocruz, e Nathalia Pasternak, microbiologista e pesquisadora da Universidade
de São Paulo (USP) falarão na outra semana.
Randolfe Rodrigues
(Rede-AP) disse que defende a manutenção do nome de ambos no cronograma. O
grupo irá confirmar essa participação após os depoimentos da próxima
quarta-feira.
CNNBrasil
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