Cientistas ao redor do mundo investigam incansavelmente possíveis mecanismos de defesa para conter o vírus da Covid-19, o Sars-Cov-2. Desta vez, pesquisadores japoneses identificaram uma proteína que diminui a replicação do coronavírus em células pulmonares humanas, podendo fortalecer a resposta imunológica contra o agente infeccioso.
A equipe, que trabalha na Universidade de
Hokkaido, no Japão, registrou a descoberta em um estudo, publicado em 11 de
maio no jornal Nature Immunology. O
importante avanço pode ajudar até mesmo pacientes com doença pulmonar
obstrutiva crônica (DPOC), um fator de risco para a Covid-19, que engloba duas
condições principais: bronquite crônica e enfisema.
Os pesquisadores realizaram testes em culturas de células
pulmonares com a chamada proteína RIG-I, que faz parte do grupo de Receptores
de Reconhecimento de Padrões (PRRs). Como sugere o nome, o conjunto reconhece
micróbios no nosso corpo e desencadeia respostas imunológicas contra
eles.
De acordo com comunicado,
a RIG-I já era anteriormente conhecida por ser capaz de detectar alguns vírus
de RNA, tal como o vírus da gripe. Mas o estudo trouxe a novidade de que
essa proteína suprime a multiplicação do Sars-Cov-2.
O único problema foi que esse mecanismo não persistiu em duas
amostras de células coletadas de pacientes com Covid-19 que também
tinham DPOC. Após 5 dias, já foi possível detectar a replicação contínua do
coronavírus novamente.
Todavia, os cientistas conseguiram eventualmente contornar a
situação. Para isso, utilizaram tretinoína, um ácido que regulou a
expressão da proteína RIG-I nas células dos pacientes com DPOC.
“Descobrimos que os níveis de proteína de RIG-I podem ser
significativamente regulados de uma maneira dependente
da dose após o tratamento com tretinoína nessas células derivadas de
pacientes com DPOC”, explicam os pesquisadores, na pesquisa.
Os estudiosos acreditam que a RIG-I diminui a replicação do
coronavírus devido a um elemento estrutural que ela carrega chamado domínio
helicase. Esse interage com o material genético do malfeitor e bloqueia
uma enzima responsável por tirar “cópias” do vírus, chamada de
polimerase.
Revista Galileu
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