O governador Camilo Santana (PT) anunciou
ontem (28/05), em suas redes sociais, que a macrorregião de Fortaleza (assim
como a de Sobral) não terá avanço no processo de flexibilização das atividades
econômicas. O decreto com o detalhamento das medidas será publicado hoje. Na
transmissão ao vivo, contudo, o gestor estadual citou ‘ajustes’ que serão
feitos a pedido de alguns segmentos econômicos.Sem entrar em detalhes Camilo anunciou que fará alguns ajustes que foram demandados por alguns setores (Foto: Reprodução/Facebook)
Na
tarde de ontem, o Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia realizou reunião
para analisar os cenários e discutir as medidas. Houve mudança apenas nas
regiões do Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe. Elas avançam na
flexibilização e ficam na situação em que já estavam Fortaleza e Sobral. Em
situação mais grave, o Cariri não terá mudança e segue com as mesmas restrições.
"As
mudanças que ocorrerão nesse decreto são alguns ajustes que foram demandados
por alguns setores e todos estarão apresentados no decreto neste sábado,
29",
disse o governador, sem entrar em detalhes.
O
jornal O POVO apurou com representantes de segmentos econômicos do Ceará quais
as principais reivindicações ou negociações que estavam sendo feitas ao poder
Executivo estadual.
O
setor de alimentação fora do lar, por exemplo, pedia a extensão do horário de
funcionamento até às 23h. Segundo o presidente da Associação Brasileira de
Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE), Taiene Righetto, “atualmente
temos cerca de 60% do setor em operação, se formos autorizados a funcionar até
as 23h, podemos facilmente chegar aos 80%, que é um patamar muito mais
significativo”, acrescenta.
Já
o setor hoteleiro negociava a possibilidade de usar espaços para reuniões
empresariais e micro eventos com até 20 pessoas. Conforme o presidente da
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH-CE), Régis Medeiros, “é
algo que queremos, temos essa demanda, mas sabemos que depende da estabilização
e queda da Covid-19, então estamos aguardando a decisão do governo do Estado”.
As
academias e empresas de condicionamento físico reivindicavam o reconhecimento
como atividade essencial. Para a diretora do Sindicato das Empresas de
Condicionamento Físico do Estado do Ceará (Sindifit-CE), Sasha Reeves, “o
Comitê deu uma esfriada diante de nossos pedidos, mas além do funcionamento
pleno, o principal que nós queremos é sermos reconhecidos como locais seguros”,
argumenta.
Por
sua vez, representantes das barracas de praias afirmaram não ter expectativa de
novos avanços para a próxima semana. De acordo com Fátima Queiroz, presidente
da Associação de Empresários da Praia do Futuro (AEPFuturo), “com a
lentidão da pandemia em que vivemos, as barracas de praia já não sentem
otimismo em datas como o Dia dos Namorados e as férias de julho que vêm se
aproximando”.
Já
representantes do comércio pediam a reabertura dos cinemas. O presidente da
Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), Assis Cavalcante, por outro
lado, disse que “na reunião de ontem (quinta-feira) com
representantes do governo do Estado, a CDL pediu abertura dos cinemas com 50%”.
Na
região com atividades mais restritas, o Cariri, a presidente da Câmara dos
Dirigentes Lojistas de Juazeiro do Norte, Zenilda de Sena, disse que "o
comércio deveria ter horário estendido para permitir conciliar as preocupações
com a pandemia e a economia".
Ela
disse, ainda, "que mesmo nos horários em que estamos autorizados a
funcionar a movimentação e as vendas estão muito fracas". Com o não
avanço de fase, o comércio de rua no Cariri continua permitido apenas de 10h às
16h, em dias úteis e de 10h às 15, nos fins de semana.
O
segundo decreto de isolamento rígido desde o início da pandemia foi adotado em
Fortaleza no dia 5 de março e estendido a todo o Ceará, oito dias depois. Já o
início do processo de reabertura começou no dia 12 de abril, com a melhoria nos
indicadores de saúde.
Com
informações portal O Povo Online
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