O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, foi demitido do cargo nesta segunda-feira (29) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A decisão do presidente pegou os militares de surpresa e ocorre no mesmo dia da saída de Ernesto Araújo do cargo de ministro das Relações Exteriores.
General Fernando Azevedo (foto) deixa cargo nesta segunda-feira (29) | Marcos Corrêa/PR
A decisão do presidente pegou os militares de
surpresa e ocorre no mesmo dia da saída de Ernesto Araújo do cargo de ministro
das Relações Exteriores. Segundo aliados, Bolsonaro deve promover novas trocas
no primeiro escalão do governo.
Em carta logo após a demissão, o general agradeceu
ao presidente e disse que, "nesse período, preservei as Forças Armadas
como instituições de Estado".
"O meu reconhecimento e gratidão aos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas
forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências
da população brasileira. Saio na certeza da missão cumprida."
Ao mesmo tempo em que reforça a militarização de
seu governo ao entregar cargos como a presidência da Petrobras a um general,
Bolsonaro decidiu nas últimas semanas arejar seu núcleo duro e levar nomes do
centrão para o Palácio do Planalto, local onde trabalham seus principais
conselheiros.
Há um mês, Bolsonaro deu posse a Onyx Lorenzoni
(DEM-RS) como ministro da Secretaria-Geral, em mais um passo no sentido de
colocar políticos para perto de si. Onyx agora despacha mo quarto andar da sede
do governo, a um lance de escadas do chefe.
Este movimento de amenizar a hegemonia militar em
seu principal círculo de influência começou com o ingresso de Fábio Faria
(PSD-RN) no governo, em junho do ano passado, e ganhou corpo com a mudança
dele, ministro das Comunicações, para o segundo andar do Planalto, apenas um
pavimento abaixo do gabinete presidencial -antes despachava no prédio da pasta,
a cerca de 1 km do Planalto.
Pelo lado militar, estão no Planalto os generais da
reserva Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de
Governo), além do chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto
Heleno, que começou forte no governo, mas perdeu influência e hoje se tornou um
coadjuvante.
MINISTROS MILITARES DE BOLSONARO
Origem nas Forças Armadas
Casa Civil
Walter Souza Braga Netto, general da reserva do
Exército
Secretaria de Governo
Luiz Eduardo Ramos, general da reserva do Exército
Gabinete de Segurança Institucional
Augusto Heleno, general da reserva do Exército
Ciência e Tecnologia
Marcos Pontes, tenente-coronel da reserva da
Aeronáutica
Minas e Energia
Bento Albuquerque, almirante da Marinha
Infraestrutura
Tarcísio de Freitas, capitão da reserva do Exército
Controladoria-Geral da União
Wagner Rosário, capitão da reserva do Exército
FOLHAPRESS
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