O consumidor, afetado pelo preço da gasolina, também está tendo dificuldades para recorrer ao substituto imediato nos veículos com motor flex. Motivado por uma combinação de entressafra e aumento de demanda, o preço do etanol hidratado acumula aumento de 21,1% desde janeiro, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O preço médio do litro do combustível saltou de R$ 3,221 para R$ 3,901,
conforme o levantamento semanal da ANP. Apesar de ser mais cara que o etanol, a
gasolina comum subiu menos: 14,6% de janeiro a março. O preço médio do litro da
gasolina no país passou de R$ 4,622 para R$ 5,299.
No atacado, o aumento é ainda maior. Segundo o Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o etanol acumula alta de 35% nas usinas
do Centro-Sul, a principal região produtora do país.
Demanda e oferta
Mesmo com o etanol sendo desvantajoso na maioria dos estados, a demanda
pelo substituto da gasolina está aumentando. De acordo com a edição mais
recente do Boletim de Monitoramento Covid-19, do Ministério de Minas e Energia,
o consumo de gasolina em 2021, até 23 de fevereiro, tinha caído 4,1% em
relação ao mesmo período do ano passado. Em contrapartida, o consumo de etanol
hidratado subiu 6,1% na mesma comparação.
À demanda maior do etanol, somam-se fatores ligados à safra de
cana-de-açúcar. A tradicional entressafra, no início do ano, encarece o etanol
no primeiro quadrimestre. Neste ano, porém, a oferta continuará baixa por mais
tempo.
Até a metade de fevereiro, conforme o levantamento mais recente da
Única, a produção de etanol acumulava 29,68 bilhões de litros, queda de 8,54%
sobre os 32,45 bilhões de litros obtidos no mesmo período na safra 2019/2020.
© Tomaz Silva/Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil
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