Após o megavazamento de dados de 223 milhões de CPFs, 40 milhões de CNPJs e 104 milhões de registros de veículos, dados de algumas das maiores autoridades do país estão à venda na internet. Entre os afetados estão o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e os 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
A pedido do jornal “O Estado de S. Paulo”, a empresa de segurança Syhunt
analisou alguns dos arquivos ofertados por um criminoso na internet – e não é
possível saber a identidade e o número de pessoas envolvidas no vazamento.
Nem todas as autoridades têm informações listadas nas mesmas categorias,
um indício de como o vazamento deve afetar a população. Bolsonaro, por exemplo,
teria fotos de rosto, algo que não aconteceu com todos os ministros do STF.
Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, por exemplo, têm dados de PIS, renda e
salário – Bolsonaro, por exemplo, só aparece em renda. Já Rosa Weber tem à
venda dados referentes ao Imposto de Renda de 2017.
“Não é possível saber se os criminosos têm as informações ou não mas é
muito difícil que não tenham. As amostras foram claramente exportadas por uma
ferramenta interna de consulta do hacker”, diz Felipe Daragon, fundador da
Syhunt.
Inicialmente, o hacker também publicou outros pacotes de dados que
serviam como uma espécie de “amostra grátis” daquilo que ele tem para oferecer.
Em cada uma das 37 categorias para pessoa física, ele colocou dados aleatórios
de cerca de mil pessoas, o que permitiu que informações de cerca de 40 mil
brasileiros circulassem livremente pela internet.
Daragon ressalta que o vazamento é perigoso porque também permite o
cruzamento de informações para se chegar aos parentes das vítimas. A base de
dados chamada “vínculos” promete entregar relações familiares em primeiro e
segundo graus. A partir disso, seria possível fazer buscas sobre essas pessoas.
Entre as 14 autoridades analisadas, apenas cinco (Maia, Alcolumbre, Cármen
Lúcia, Kassio Nunes e Marco Aurélio Mello) não têm dados nessa base de vínculos
à venda.
Foto: Reprodução
Fonte: Portal R7
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