Enquanto alguns países já vivenciam quedas nos casos e mortes por Covid-19, o Brasil, um ano após a chegada da doença, vive um cenário caótico: vacinação a passos lentos, novo avanço do vírus, óbitos nas alturas e falta de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI).
Pelo menos 16 estados estão com mais de 80% dos leitos de UTI ocupados.
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Com1.337 mortes registradas nesta sexta-feira (26),
o país está, desde o dia 21 de janeiro, com média acima de 1 mil. São exatos 37
dias seguidos, a maior sequência desde o início da pandemia. Segundo balanço
do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, a última
vez que o Brasil viveu algo parecido foi entre 3 de julho e 7 de agosto de
2020, um total de 36 dias.
As novas infecções também preocupam as autoridades
de saúde. Só nos primeiros 30 dias deste ano, o país acumulou 1.528.758 novos
casos da doença, média diária de 49.314, fazendo de janeiro o mês com mais
ocorrências desde o início da pandemia.
Fevereiro também começou em alta: em 26 dias, já
são 1.250.899 contaminados, média de 48.111 a cada 24 horas. Para comparar,
durante o primeiro pico, registrado no meio de 2020, julho havia alcançado o
topo, com 1.260.444.
“Não é pouco dizer que este é o momento mais difícil
desde o início, quando houve a primeira confirmação, em fevereiro de 2020, em
um paciente de São Paulo. Nunca foram tantos estados com tanta dificuldade ao
mesmo tempo, seja pela circulação das novas cepas, seja pelo cansaço da
sociedade de estar vivendo isso há tanto tempo”, disse o presidente do Conselho
Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, em pronunciamento ao
lado do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na quinta-feira (25).
“A tendência é a situação ainda piorar antes de
melhorar. Medidas mais enérgicas em termos de fechamento, para tentar conseguir
algum isolamento, começaram nesta semana, mas ainda temos um ciclo de pelo
menos duas semanas de provável crescimento da pandemia antes de qualquer
melhora. As medidas ainda são tímidas, mas já de grande avanço”, ressaltou
Jonas Lotufo Brant de Carvalho, epidemiologista e professor do Departamento de
Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB).
Faltam UTIs
Cerca de 15 unidades da Federação estão com as
taxas de internação acima de 80% nas UTIs públicas para pacientes de Covid-19,
nível considerado crítico. São elas: Rondônia, Paraná, Goiás, Acre, Distrito
Federal, Ceará, Santa Catarina, Amazonas, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Mato
Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Tocantins, Bahia e Roraima.
Já outros 10 estados vivem situação melhor, no
entanto, nada perto do ideal. Nenhum deles tem mais de 40% de leitos vazios.
O levantamento foi realizado a partir de informações
das secretarias estaduais de Saúde publicadas até as 19h de sexta-feira. Minas
Gerais não entra na conta, já que o boletim não informa a taxa específica de
ocupação dos leitos de Covid-19 da rede pública.
Com informações Metrópoles
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