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Ceará tem média de 53 óbitos por câncer de próstata até setembro deste ano

Com a campanha Novembro Azul, acende-se o alerta para para doenças associadas ao homem. Dentre elas, o câncer de próstata. No Ceará, a média de óbitos entre janeiro e setembro deste ano ficou em 53. A maior soma, entre os meses, foi registrada em maio: 86 mortes pela doença. O número supera o de igual mês em 2019, quando 56 óbitos ocorreram devido à patologia. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), repassados nesta sexta-feira (30). 

Segundo o urologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia – Ceará (SBU), Eduardo de Paula Miranda, a média é estável se comparada aos anos anteriores. “O câncer de próstata é o que mais incide nos homens e tem uma mortalidade relativamente baixa. Contudo, se comparado aos outros tipos de câncer, ele é um dos que mais mata”, afirma. 

Conforme o especialista, não é indicado esperar ter algum tipo de sintoma para procurar o médico. “Essa doença é do tipo que quando tem sintomas já é muito ruim. Isso significa que o CA está invadindo outros órgãos, saindo da próstata. A maior parte dos cânceres são descobertos após um rastreamento, quando o médico encontra um nódulo ou uma alteração”, pontua. 

“Quando o câncer começa a crescer, pode invadir o canal da urina e pode dar dificuldade para urinar, sangramento na urina, insuficiência renal, além de metástase em regiões do corpo, como o abdômen, em casos mais avançados”. 
Prevenção De acordo com o urologista, existe um tipo de prevenção primária para o câncer de próstata, “que significa deixar de ter a doença”. “Um mau estilo de vida, uma má qualidade de saúde, obesidade, tabagismo e outras condições inflamatórias sistêmicas estão associadas à cânceres em geral e também ao de próstata”, expõe. 

A prevenção secundária diz respeito ao diagnóstico precoce, conforme o especialista. “Se descoberto inicialmente, a chance de cura é próxima a 100% e há um menor efeito colateral do tratamento”. 

“Como é uma doença silenciosa, então desde o tumor inicial até aparecer sintomas clínicos, como sangramento, há um período médio de 13 anos. Então, se o paciente está fazendo acompanhamento ao longo desses 13 anos, eventualmente ele vai encontrar esse tumor numa fase inicial. Isso vai dar mais opções de tratamento. Essa é a importância do diagnóstico precoce”, esclarece Miranda. 

A indicação da SBU é de que homens a partir de 50 anos já devem procurar a prevenção da doença. Porém, a idade baixa para 45 quando há fatores de risco para o câncer.  “O fator genético, sem dúvida, é o principal fator de risco. Quanto mais parentes com histórico da doença, mais chances o homem tem de desenvolver a doença. Tabagismo também tem um peso relevante para a doença. Pressão alta, diabetes, colesterol e obesidade, em combinação, também aumentam as chances de desenvolvimento da doença”, explica Miranda.

Novembro Azul Durante a campanha relacionada à importância da atenção à saúde masculina, o urologista Eduardo Miranda ressalta que ainda é necessário quebrar tabus em relação ao assunto. “Ainda tem homem que acha que ir ao médico é frescura, besteira, coisa de mulher, e isso precisa mudar. A mudança contribui para a qualidade de vida e longevidade do sujeito”. 

“O que a gente quer, enquanto sociedade, é que o homem deve ter um cuidado melhor com a saúde, com os hábitos, exames de rotina. Como as mulheres, a partir da adolescência, já fazem acompanhamento com ginecologista, a ideia é conscientizar o homem, em geral, para atenção a sua saúde. Já aqueles a partir dos 45 anos, é importante estar mais atento ao câncer de próstata”, finaliza.

FOTO: Kid Junior
Fonte: Diário do Nordeste

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