Reduzido recentemente para R$ 300 (R$ 600 para mães solteiras), o auxílio emergencial não será estendido em 2021, disse hoje (16) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele reiterou que o teto de gastos será mantido após o fim do estado de calamidade aprovado neste ano por causa da pandemia de covid-19.
"Essa não é nossa intenção, não é o que o presidente disse. Não é o que o ministro da Economia quer", declarou.
Guedes nega extensão de auxílio emergencial em 2021 | Alan Santos/PR
“Não há qualquer plano para
estender o auxílio, nenhum. Isso não é verdade. Essa não é nossa intenção, não
é o que o presidente disse. Não é o que o ministro da Economia quer. De jeito
nenhum”, afirmou Guedes em evento virtual promovido por uma corretora de
investimentos.
Apesar de reafirmar o compromisso
com o teto de gastos, o ministro repetiu declarações anteriores segundo as
quais o orçamento de guerra poderia ser retomado caso o país seja
novamente atingido por uma pandemia em outro ano. Guedes, no entanto, negou que
isso signifique estender o estado de calamidade pública indefinidamente.
“Quando a pandemia nos atingiu,
nós criamos um regime emergencial. Agora, nós não podemos utilizar a desculpa
do regime emergencial para explodir o teto de gastos”, disse.
Novo imposto
Em relação à implementação de um
imposto sobre transações, semelhante à antiga Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira (CPMF), Guedes negou ter desistido da ideia. Segundo
ele, a criação do tributo, que cobriria uma desoneração parcial da folha de
pagamentos, é essencial para a criação de empregos formais. Ontem, o ministro
afirmou à emissora CNN Brasil que talvez desistiria do novo tributo.
“Não me importo se o tributo é
feio, desde que ele funcione criando novos empregos. É necessário. Mas então eu
dei uma informação errada ontem, porque é esse o sentimento", afirmou. “Eu
não sou um homem de desistir facilmente das coisas”.
Recuperação
Sobre o desempenho da economia, o
ministro repetiu que o Brasil segue uma recuperação em “V” (forte queda seguida
de forte alta), depois da paralisação da economia durante boa parte do primeiro
semestre provocada pela pandemia de covid-19. Segundo ele, o período
pós-pandemia exigirá compromisso com a responsabilidade fiscal.
“A doença está diminuindo e, à
medida que diminui, o Brasil está em recuperação em 'V'. Nós devemos ter
responsabilidade quanto ao nosso orçamento e devemos mostrar que somos
responsáveis, e fortes, e resilientes o suficiente para pagar pela nossa
guerra, ao invés de rolar [renovar a dívida] para nossas crianças no futuro”,
concluiu.
(
Agência Brasil )
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