Após a interdição de quatro postos de atendimento da Previdência Social em Fortaleza, devido a suspeitas de Covid-19 entre colaboradores, na sexta-feira (18), a Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais (ANMP) divulgou os laudos técnicos das vistorias realizadas neste mês em quatro agências da cidade, que haviam sido reprovadas em inspeções da ANMP por não cumprirem medidas preventivas de combate à pandemia exigidas pelo órgão.
Os peritos médicos observaram que não havia Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs) suficientes – como luvas e máscaras descartáveis,
além de álcool em gel 70%. Também foi notado que em alguns consultórios não
havia como cumprir o distanciamento social adequado, já que eram
pequenos demais.
De acordo com a instituição que representa os peritos médicos, foram
avaliados a infraestrutura dos consultórios e dos postos de
atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na capital
– Fortaleza Centro, Fortaleza Sul, Messejana e Aldeota -, bem como a
disponibilidade de kits de materiais para os profissionais de saúde.
As agências de Fortaleza que foram mencionadas, de acordo com a ANMP,
não cumpriram as exigências que garantem a segurança sanitária dos
colaboradores e dos pacientes. Segundo a instituição, em algumas das unidades,
não havia termômetro digital para aferir a temperatura dos pacientes, nem
placas sinalizadores orientando sobre o distanciamento social.
Interdição
Na última sexta-feira (18), o INSS divulgou que quatro das cinco
agências da Previdência Social em Fortaleza que voltaram a ofertar serviços
presenciais na segunda-feira (14) tiveram que ser interditadas devido
à suspeita de que servidores do órgão foram contaminados pela Covid-19.
Serviços da unidade Fortaleza-Sul, no bairro Água Fria, só devem voltar a ser
oferecidos em 24 de setembro; nos bairros Centro, Aldeota e Messejana, o
retorno será em 28 de setembro.
Insuficiente
Também foi apontado pela instituição dos peritos médicos
que faltava álcool em gel 70% nas áreas de circulação, nos acessos,
nas salas de perícia médica e reabilitação profissional, bem como nos guichês
de atendimento presencial de forma contínua e permanente. O produto, de acordo com
o laudo médico, estava disponibilizado apenas na entrada de algumas unidades, o
que é insuficiente.
Conforme o documento da ANMP, também não há ventilação
natural (janelas) ou artificial (ar-condicionado) com efetivo
funcionamento nos termos da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). Só havia um ar-condicionado comum, sem exaustor e sem
janelas nos espaços físicos, pontuou a associação.
Distanciamento social
No laudo técnico, a instituição anotou que não havia em algumas
unidades pia com água corrente, sabão líquido, álcool em gel, nem máscaras de
proteção individual para uso contínuo em todos os consultórios. Alguns destes
tinham uma área menor que 9 m², tamanho recomendado para cumprir o
distanciamento social.
Parte dos materiais de proteção individual fornecidos pelo INSS em
Fortaleza, de acordo com a ANMP, estavam fora da validade, e alguns postos
de atendimento da capital não forneciam protetores faciais aos
colaboradores, conforme o documento.
Segundo a ANMP, faltam em algumas agências itens como
abaixadores de língua descartáveis; gorro descartável com elástico; capote ou
avental impermeável de mangas compridas; botão de pânico funcionante; portal
detector de metais; fita métrica plástica flexível inelástica; lanterna com
pilhas; régua milimetrada transparente; etc.
Descontos nos salários
Na última sexta-feira (18), o secretário especial da Previdência e
Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, afirmou que o Governo Federal
determinou que o INSS volte a fazer a perícia médica. Os funcionários que
não voltarem ao trabalho presencial, disse, terão descontos nos salário.
“Quem não voltar estará sujeito às legislações funcionais. Então eu
não vejo impasse, é simples como isso. O perito médico federal tem que
trabalhar, terá agenda, nós já determinamos a abertura da agenda. Está aberta
desde ontem [quinta-feira]. Já estamos agendando em todos os locais do Brasil
que têm perícia. Quem não voltar vai infelizmente levar falta”, pontuou o
secretário em entrevista à GloboNews.
FOTO: José Leomar
Fonte: Diário do Nordeste
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