A Universidade Federal do Ceará
(UFC) enfrenta cortes orçamentários e a perda de bolsas de pesquisa e extensão
desde 2019. Para 2021, a perspectiva também não é animadora. O reitor da
instituição, Cândido Albuquerque, que completa um ano à frente das atividades
no fim deste mês, afirmou ao G1 que novos cortes de verbas já foram iniciados
pelo Ministério da Educação (MEC) e que o cenário de crise, provocado pela
pandemia do coronavírus, deve se agravar.
“Os efeitos econômicos serão ainda
mais amargos a partir de outubro ou novembro. O Estado está arrecadando pouco,
os municípios estão em dificuldade, e a União vai ter de socorrer. Vai faltar
dinheiro. Já estamos preparados na UFC para enfrentar uma grande crise”,
explica o reitor.
Segundo ele, na última semana, o
MEC já realizou um “corte significativo” no orçamento da Universidade para
2021, mas sem entrar em números. “E é só o começo: outros virão. É um cenário
difícil; temos de saber administrar os recursos para a qualidade da
Universidade não cair e para que os alunos vulneráveis continuem sendo
amparados”, adianta.
Apesar da redução no orçamento,
está nos planos da gestão o início do funcionamento do campus da UFC em
Itapajé, a cerca de 125 Km de Fortaleza, ainda no primeiro semestre do próximo
ano. O equipamento está construído e fechado há três anos, segundo o reitor.
Será o oitavo campus da Universidade, que tem três na Capital e um nas cidades
de Sobral, Quixadá, Crateús e Russas, cada.
“Sexta-feira (15), vamos nos
reunir com autoridades locais para definir quais cursos vamos implementar lá.
Depois disso, vamos inaugurar concursos que atendam anseios da região”,
ressalta. A operação será possível, diz o reitor, por uma redução de custos na
Universidade, com medidas como a venda de carros e o uso de energia solar.
Ao todo, R$ 20 milhões devem ser
investidos para concluir o campus de Itapajé e outras obras que “estão paradas
há seis ou sete anos”. Parte do montante também será canalizado para a
conclusão de três laboratórios com construção interrompida. “Se queremos
empreender e pesquisar, não podemos permitir isso”, ressalta o reitor.
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