O prefeito de Itajaí (SC), Volnei Morastoni (MDB), anunciou na noite de hoje que pretende adicionar mais uma opção de tratamento à covid-19 no município: administração de ozônio, pelo ânus, apenas em casos que tiveram resultado positivo nos testes de coronavírus.
O prefeito de Itajaí (SC), Volnei Morastoni (MDB), avalia a aplicação de ozônio como tratamento para o novo coronavírus. | Reprodução/Facebook/Prefeitura Itajaí.
O prefeito, que também é médico, declarou, em
live no Facebook, ter inscrito a cidade na Conep (Comissão Nacional de
Ética em Pesquisa), ligada ao Ministério da Saúde, para integrar um protocolo
de pesquisa sobre o uso do ozônio. O Ministério da Saúde e a OMS (Organização
Mundial de Saúde) já divulgaram, mais de uma vez, que ainda não há cura para a
covid-19 ou mesmo tratamento de eficácia científica comprovada — ou seja,
quando cumpre diversas etapas de testagem e registro específico como medicação
a ser usada em determinada doença.
"Provavelmente vai ser uma aplicação via
retal, uma aplicação tranquilíssima, rapidíssima, de dois minutos, num cateter
fininho e isso dá um resultado excelente", afirmou Morastoni na live.
O prefeito acrescentou que o tratamento seria
voltado apenas "a quem desejar" e que só seria aplicado em casos
confirmados da doença provocada pelo novo coronavírus. Ainda, acrescentou que
provavelmente seriam dez sessões de aplicação de ozônio, "simples,
rápidas, de dois a três minutinhos por dia".
Outros tratamentos
Na transmissão, Morastoni mencionou que o
tratamento complementaria outras opções oferecidas pela Administração:
"Além da ivermectina, da azitromicina, além da cânfora, nós vamos fornecer
o ozônio".
No início de julho, a Prefeitura de
Itajaí distribuiu ivermectina aos moradores da cidade, mesmo sem
comprovação de sua eficácia no tratamento da covid-19. A medicação é usada no
tratamento de vermes e parasitas. Duas semanas depois, o número de óbitos
em decorrência do novo coronavírus aumentou cerca de 58%, saltando de 45 para
71 mortes entre 7 e 21 de julho. Na noite desta segunda-feira, o município
somava 105 óbitos e 3.648 diagnósticos da doença.
Durante a live, Morastoni citou a médica Lucy
Kerr, defensora do uso da ivermectina em tratamentos de covid-19. A médica já
teve um vídeo no YouTube retirado do ar após a plataforma entender que o
conteúdo contribuía com a desinformação a respeito da pandemia. No vídeo, ela
apontava a ivermectina como "cura" para o coronavírus, na contramão
do Ministério da Saúde, da OMS e da autoridade sanitária dos Estados Unidos
(FDA). O conteúdo do vídeo foi considerado enganoso pelo Comprova, projeto
de verificação de notícias do qual o UOL faz parte.
Com informações de UOL
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