O poeta Pedro Bandeira Pereira de Caldas morreu na tarde desta segunda-feira, dia consagrado aos artistas, na sua residência no bairro Lagoa Seca em Juazeiro do Norte. No último dia 1º de maio ele completou 82 anos de idade e vinha se tratando de mal de Alzheimer que já o tinha deixado bastante debilitado. Por conta da situação até já tinha deixado de apresentar o seu programa semanal na TV Verde Vale. Pedro Bandeira era paraibano nascido no Sítio Riacho da Boa Vista em São José de Piranhas.
Pedro Bandeira morreu aos 82 anos na tarde desta segunda-feira (Normando Sóracles/Agência Miséria).
Em
Juazeiro foi professor, advogado, cordelista, radialista, vereador e escritor o
qual trouxe consigo das terras paraibanas o dom da poesia e do repente. Um
verdadeiro conquistador de troféus, medalhas e festivais dos quais participou
em diversos lugares do Nordeste. Era filho de Tobias Pereira de Caldas e da
poetisa Maria Bandeira de França e se orgulhava, como sempre dizia, de ser neto
por parte da mãe do famoso cantador nordestino Manoel Galdino Bandeira, de quem
herdou o talento da arte.
Há
dois anos Pedro Bandeira recebeu o título de Tesouro Vivo da Cultura do Ceará,
concedido pela Secretaria da Cultura do Estado, que foi uma das grandes
honrarias conquistadas dentre muitas outras. O dom da arte começou a brochar em
Pedro Bandeira quando ainda era menino. Aos seis anos já fazia versos, e, aos
17 anos, tornou-se cantador profissional. Pedro Bandeira era formado em Letras,
Teologia e Direito e se tornou bastante conhecido como o “Príncipe dos Poetas
Populares do Nordeste”.
Ele
era casado com Dona Helena Bandeira de cujo enlace matrimonial nasceram duas
filhas: Íria Bandeira, advogada e funcionária da Câmara Municipal de Juazeiro,
e a médica Analica Bandeira. O querido poeta sempre fez questão de proclamar o
seu amor pelo Padre Cícero Romão Batista e a terra por ele fundada que o
acolheu, conforme declarava, com as bençãos do sacerdote de quem se dizia
devoto e romeiro. Sempre foi muito apreciado e aplaudido por quantos o ouviam
Os
seus improvisos nas várias modalidades da poesia popular tipo mourão, martelo
agalopado, galope alagoano, galope à beira-mar, quadrão, gemedeira e outros
mais lhe jorravam da boca aos borbotões. Pedro Bandeira respondia por uma
respeitável vida literária extremamente vasta e profunda no que incluiu
centenas de cordéis. Como ele mesmo dizia ser homem de dois extremos: “matuto”
e “civilizado”.
Veja
uma das últimas entrevistas que Pedro Bandeira concedeu ao repórter Normando
Sóracles exatamente no dia 3 de maio de 2018 na sua residência
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