A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel) revisou a previsão do impacto da pandemia do novo coronavírus e, com a decisão do Governo do Estado manter bares fechados durante a quarta fase do plano de retomada, cerca de 50% dos negócios desse segmento não deverão sobreviver à crise.
Ontem, o governador
Camilo Santana afirmou ainda que os setores, juntamente com o de cinemas, não
têm previsão de reabertura. "Os eventos, que geram aglomerações, não têm
data ainda definida para retomada", destacou.
Os representantes dos
eventos e bares cearenses reagiram com desapontamento ao anúncio do novo
decreto de isolamento social no Ceará, que ainda os mantêm impossibilitados de
operar.
Consultadas,
lideranças da Abrasel e do Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e
Afins do Estado do Ceará (Sindieventos-CE) disseram estar esperando medidas
diferentes sobre o funcionamento de bares e a realização de eventos no Ceará,
mas principalmente na Capital cearense.
Taiene Righetto,
diretor executivo da Abrasel, afirmou que a entidade vinha negociando com o
Governo do Estado para rever a decisão de manter bares fechados. Os empresários
do setor vinham apresentando dados relacionados à operação que, segundo ele,
mostrariam que a abertura de bares não colaboraria para o avanço da pandemia no
Estado.
Righetto também
comentou que o fator que mais tem afetado a vida dos empresários é a
imprevisibilidade nesse momento. Sem saber quando poderão voltar a operar,
alguns empreendimentos estão se complicando financeiramente. Esse fator
estaria, de acordo com o direto da Abrasel, fazendo com a entidade revisasse a
taxa de fechamento de empresas por conta da pandemia, passando para 50%.
Anteriormente, a
previsão era de que 30% dos bares e restaurantes no Ceará não reabrisse ao
final da crise. "Estamos trabalhando com 50% dos bares não voltando mais
com a imprevisibilidade. Esse decreto só veio a confirmar a nossa curva de
análise", disse. "Tudo que foi planejado com o Governo, foi cumprido,
mas o Estado não está cumprindo com a parte dele. Até agora, o Estado não
explicou essa decisão, nem mostrando dados técnicos, nem números que comprovam
que se os bares abrirem os números vão aumentar", completou.
Eventos
A presidente do
Sindieventos, Circe Jane Teles da Ponte, também afirmou que o setor espera uma
decisão diferente do Estado por conta da articulação realizada durante a semana
passada. Ela disse que os empresários apresentaram um modelo de reabertura para
os eventos, com novas fases de liberação.
O Governo do Estado
teria observado a proposta e sinalizado que os eventos poderiam voltar ainda em
agosto, mas nada é certeza, segundo Circe. "Sempre há uma esperança. Senão
a gente fica sem rumo. No início da semana a gente torna a fazer essas
tratativas com o Estado", afirma.
De acordo com o
secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado, Maia Júnior, os
setores precisam esperar ter condições sanitárias seguras o suficiente para o
retorno das atividades. "Vai depender das condições sanitárias. Eventos e
bares são pontos de aglomeração com alto risco e difícil controle",
destacou ele.
0 Comentários