O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi diagnosticado nesta segunda (24) com Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, informou a assessoria do parlamentar.
Wilson Dias/Agência Brasil.
Flávio está sem sintomas e em
isolamento em sua residência em Brasília. O senador está utilizando
hidroxicloroquina e azitromicina, embora ainda não haja comprovação médica para
a eficácia desses medicamentos no tratamento da Covid-19.
Flávio Bolsonaro é investigado
sob suspeita dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização
criminosa pela prática da "rachadinha" durante o mandato de deputado
estadual no Rio de Janeiro. O esquema consiste na devolução do salário de
assessores ao parlamentar e teria como operador financeiro o ex-assessor e
amigo da família Bolsonaro Fabrício Queiroz.
O senador nega as suspeitas
levantadas pelos investigadores. Em entrevista ao jornal O Globo, ele disse que
Queiroz eventualmente pagou despesas suas, mas com dinheiro seu de fonte
lícita. Dados de suas contas, porém, não mostram saques no período.
O senador é o quarto da família
Bolsonaro a confirmar publicamente ter sido infectado pelo vírus. Antes dele,
já foram infectados seu pai e presidente da República, Jair Bolsonaro (sem
partido), a primeira-dama Michelle Bolsonaro, e seu meio-irmão, Jair Renan.
Segundo o presidente e a
primeira-dama, ambos não estão mais com o novo coronavírus. A mãe de Jair Renan
e ex-mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, publicou nas redes
sociais que o filho também está curado.
Bolsonaro acumulou declarações
que minimizaram a pandemia, colocou preocupações com a economia acima da
gravidade da doença e desaconselhou a quarentena como forma de reduzir o contágio.
O presidente também insistiu na
cloroquina como remédio para a Covid-19, embora não haja evidências científicas
de que o medicamento tenha efeito para tratar a doença.
Poucos dias depois de o Brasil
atingir 100 mil mortos pelo novo coronavírus, pesquisa Datafolha mostrou que os
brasileiros estão divididos em relação à responsabilidade de Bolsonaro pela
trágica marca. Quase metade deles, 47%, diz acreditar que o presidente não
tem culpa nenhuma pelos óbitos.
Os que acham que Bolsonaro tem
responsabilidade somam 52% -são 11% os que o veem como o principal culpado e
41% os que dizem que ele é um dos culpados, mas não o principal.
FOLHAPRESS
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