Com o decreto governamental, a rodoviária de
Juazeiro do Norte não recebe mais ônibus diariamente desde a metade de março.
Antes movimentado, o terminal interligava o Cariri com Fortaleza com cerca de
10 viagens por dia, além de trechos para outras capitais nordestias e São
Paulo.Mototaxistas ainda frequentam o ponto ao lado da rodoviária (Foto: Guto Vital)
Sem
movimento, trabalhadores autônomos que viam na circulação de passageiros uma
fonte de renda, agora lidam com uma realidade diferente. Dos 13 pontos
comerciais no terminal rodoviário, oito estão fechados. São restaurantes,
mercantis, quiosques de materiais diversos e lanchonetes.
Dados
do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), apontam que a busca por
serviços de autônomos caiu 83% em Fortaleza, por exemplo. Houve
1.260 buscas por esse tipo de serviço nos últimos quatro meses. No mesmo
período do ano passado, foram 7.500 solicitações.
A cadeia produtiva ficou prejudicada também com
os autônomos do entorno da rodoviária. O taxista Nelson Gonçalves relata que,
antes mesmo do vírus se espalhar, já estava difícil concorrer com o preço
praticado pelos serviços de aplicativo. “Aqui somos 15 profissionais
cadastrados no ponto, apenas 2 ou 4 vêm trabalhar diariamente após a pandemia”,
lamentou.
Nelson
diz ainda que ultimamente há dias de não fazer nenhuma corrida, ou apenas uma,
no máximo. “Não temos esperança que essa situação se normalize nos próximos 3
meses”, destacou.
Dos
20 mototaxistas que fazem ponto ao lado da rodoviária, apenas dois passaram a
trabalhar diariamente no local. É o caso de Lindiano Macêdo, 36 anos. “Venho
porque não tenho outra fonte de renda para sustentar a família”, conta. Antes
da paralisação, fazia de 10 a 12 corridas por dia, custando em média R$ 5,00
casa. Hoje transporte no máximo quatro pessoas. “Espero que volte logo ao
normal, preciso colocar as contas em dia”, diz.
Felipe Azevedo-MISÉRIA.
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