O presidente da Câmara Rodrigo Maia defende a proposta que carece de 308 votos para aprovação (Foto: Michel Jesus) |
Dirigentes partidários
minimizaram ontem impactos de um eventual adiamento das eleições municipais. A
Câmara dos Deputados deve votar projeto de emenda à Constituição (PEC) que
altera a data do pleito, que passaria de outubro para novembro.
Presidente do PT no Ceará, Antônio Filho,
o Conim, avalia que a mudança afeta pouco as estratégias da legenda no estado.
Segundo ele, caso o primeiro e o segundo turnos sejam remarcados para 15 e 29
de novembro, datas previstas na PEC aprovada no Senado, o partido "vai ter
mais tempo para tocar a estruturação das campanhas".
Sobre os
efeitos que essa alteração teria, o petista disse achar que "não vai ter
impacto pelo grau de organização e planejamento" das siglas. "É mais
em razão da pandemia. Temos que tomar cuidados, mas são cuidados
sanitários", apontou.
Questionado
sobre o cenário das eleições em Fortaleza, Conin declarou: "Acredito que
dá para manter a mesma linha de estratégia e planejamento. É apenas um ajuste
no calendário. Não vai dar tempo de um bom governo se desgastar nem um governo
ruim melhorar". Em seguida, antecipou que o PT aposta num quadro em que,
por causa da pandemia, a pré-campanha será feita principalmente nas redes
sociais.
À frente do
PDT no Ceará, o deputado federal André Figueiredo concorda que o adiamento, por
si, trará pouca repercussão aos postulantes e suas agremiações. "O que
gerou mudança de estratégia, na verdade, foi a pandemia desde o seu
início", frisa.
"Nós já
aguardávamos a expectativa de que esse eventual adiamento pudesse
ocorrer", continua o pedetista, "até porque a curva epidemiológica
vem crescendo e ainda não chegou ao seu platô em todo o Brasil".
A respeito
das armas dos partidos na corrida eleitoral e uma possível rearrumação do
discurso, Figueiredo respondeu: "As estratégias que estamos montando no
decorrer das últimas semanas já previam esse adiamento. O impacto não será tão
grande assim, não".
O parlamentar
reiterou: "Lógico que, numa realidade que antecedesse à pandemia, o
impacto é enorme, mas dentro do que nós estamos vivendo há mais de 100 dias, já
era mais ou menos esperado, e nós estávamos trabalhando com as estratégias em
cima desse novo prazo".
Pela PEC em
discussão, as eleições podem ser adiadas em 42 dias, caso a medida seja
aprovada. A proposta já passou pelo Senado. Agora, depende da Câmara. A maioria
da bancada federal do Ceará é favorável à mudança.
Também
deputado federal e principal nome da oposição ao grupo do prefeito Roberto
Cláudio (PDT), Capitão Wagner (Pros) afasta qualquer possibilidade de redefinir
sua campanha. "Para mim, (o adiamento) não muda nada. Não atrapalha".
Perguntado se o ganho de tempo beneficia RC, Wagner foi sintético: "Não
necessariamente. Quem aproveitar melhor o tempo será beneficiado".
Deputado
estadual e potencial candidato do Psol à Prefeitura da capital cearense, Renato
Roseno entende que o "adiamento se impõe por segurança sanitária e
necessidade de compatibilizar o imperativo democrático de renovação dos
mandatos sem submeter milhões de pessoas a muitas aglomerações".
Segundo o
parlamentar, o novo calendário "teria duas repercussões: amplia a
importância do território de redes" e acentua a concentração "em quem
já tem alto nível de conhecimento na sociedade".
"Havendo
campanha menor", conclui Roseno, "os candidatos das máquinas ou mais
conhecidos teriam mais facilidade de chegar. Para nós, no caso do Psol, por
fora das máquinas, 2020 vai ser mais desafiador".
Ex-deputado
estadual pelo PSDB e pré-candidato tucano em Fortaleza, Carlos Matos analisa
que "um mês não vai mudar a vida nem a estratégia dos partidos e
candidatos" e que se trata "apenas da conveniência de não colocar uma
data que ponha em risco a saúde pública".
Já o
presidente do PSL no Estado e deputado federal Heitor Freire assegura que o
partido está se preparando "para todos os cenários possíveis".
Com
informações portal O Povo Online
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