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Óbitos pela Covid-19 crescem 98% no interior do Estado, em junho


No mês de junho, as atenções dos gestores da saúde se voltaram às cidades do interior do Estado, que apresentaram, em apenas um mês, aumento de 52,68% em casos da Covid-19 e 98,03% de óbitos pela doença. Do dia 1º ao dia 30 de junho, a participação dos municípios que ficam fora da macrorregião de Fortaleza na quantidade total de pessoas infectadas com o novo coronavírus no Ceará saltou de 35,87% para 42,73%.

No dia 1º de junho, o interior registrava 30.918 casos confirmados da doença e, ontem (30), já apresentava 47.205 casos, segundo a plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), atualizada às 15h02. No número de óbitos, o crescimento foi quase o dobro, saindo de 711 mortes para 1.408 perdas. A taxa de letalidade também apresentou um crescimento de 2,30 para 2,98.

Hoje, uma das regiões que mais preocupa é o Cariri, que viu neste mês de junho o número de confirmados mais que dobrar, saindo de 3.331 para 7.344. Atualmente, a região tem a maior taxa de letalidade do Interior: 3,5, somando 260 óbitos.

Em Juazeiro do Norte, cidade-polo do Sul do Estado, segundo a Secretaria de Saúde do Município, o número de casos é bem maior que o número registrado pela Sesa (1.715). A terra do Padre Cícero saiu de 1.661 pessoas confirmadas com a doença, no dia 1º de junho, para 2.847, que representa um crescimento de 71,4%. O número de óbitos subiu de 16 para 81.




A secretária de Saúde de Juazeiro do Norte, Glauciane Torres, disse que os dados apresentados em junho já eram esperados. "Nós conseguimos retardar o pico da doença para que, quando chegasse, estivéssemos preparados e a previsibilidade já existia, pois acompanhávamos todos os dados da epidemiologia", explicou. "Juazeiro é quem mais testa, já chegamos a 3,7% da população, e isso se reflete no aumento de casos, mas nos dá um melhor conhecimento da realidade", completa.

Em Iguatu, que também compõe a macrorregião do Cariri, o secretário de Saúde do Município, Georgy Xavier, avalia que a situação é preocupante, porque a tendência de aumento nos casos de Covid-19 que se registrou em junho segue para este mês de julho. "Na segunda quinzena deste mês, dobramos o número de casos confirmados e aumentou em 50% o número de óbitos", observou.

A partir desta semana, Iguatu foi incluído, ao lado de Crato, Barbalha, Tianguá, Brejo Santo, na lista de municípios em isolamento social mais rígido, que já incluía Sobral e Juazeiro do Norte. "Enfrentamos uma situação muito difícil e muitos moradores, infelizmente, não apoiam as medidas de isolamento social", lamentou Xavier.

Na cidade, durante o mês de junho, o número de casos passou de 187 para 845, isto é, um aumento de 451% e o de óbitos dobrou de 15 para 30.

O alerta se estende à situação dos leitos. No dia 1º de junho, a taxa de ocupação na macrorregião do Cariri era de 66,29% nas vagas de UTI, e 20,49% na enfermaria. O número de pessoas internadas pela Covid-19 era de 128. Hoje, a taxa supera 84,08% em UTI e 29,06% em enfermaria. Ao todo, 260 pessoas estão em tratamento. Em visita ao Sul do Estado, o secretário de Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins, o Dr. Cabeto, anunciou o acréscimo de 70 leitos de UTI em Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha e Brejo Santo.

Controle

Na região Norte do Estado, apesar do crescimento no número de casos, a situação da rede hospitalar hoje é melhor que no início de junho. A taxa de ocupação nos leitos de UTI atingiu 100%, enquanto as vagas de enfermaria chegavam a 78,85%. Ontem, este mesmo índice de UTI era 81,1%, enquanto na enfermaria alcançava 65%. Além da ampliação, os pacientes em estado grave estão sendo enviados para Fortaleza, que apresenta uma situação mais confortável.

A coordenadora de Atenção Primária à Saúde de Sobral, Rogeryane Farias, avalia que o pico da pandemia foi alcançado neste mês de junho. "Agora esperamos uma estabilização e um início de mudança nesse cenário", pontuou.

Atualmente, Sobral permanece como o segundo município com maior número de casos e, em junho, saltou de 2.474 para 6.782, um crescimento de 174,13%. O número de óbitos passou de 85 para 228. Para Rogeryane Farias, a quantidade de infectados se deve ao fato de município ser o que mais testa no Interior. "Isso é natural, mas acreditamos que vai começar uma queda progressiva", disse.

O alerta continua no Sertão Central, que teve um aumento de 4.927 para 6.796 casos em junho. A taxa de ocupação nos leitos de UTI também subiu de 87,5% para 90%. Ao todo, são 95 pessoas internadas.

A secretária de Saúde de Quixadá, Juliana Capistrano, observou que os números se mantiveram em um platô no decorrer de junho passado. "Não tivemos redução e a média de novos casos permaneceram em 40 por dia", disse. "Elevamos o número de testagem e isso reflete no aumento de casos, mas não diminuímos a quantidade de pacientes graves".

Seis equipes de busca ativa realizam 90 visitas diárias, cada uma, nos distritos para tentar conter a expansão da pandemia na área rural de Quixadá.

Por: Diário do Nordeste


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