Argumentando que há “falta de
condições sanitárias, econômicas, sociais e jurídicas”, o presidente da
Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, afirmou nesta
segunda-feira (22) que não há como realizar as eleições municipais neste ano. O
dirigente mencionou a preocupação dos prefeitos que enfrentam as consequências
da covid-19 e a dificuldade de se prever o ritmo de expansão da pandemia.
Segundo Glademir Aroldi, as estatísticas
seguem indicando o crescimento acelerado de casos do novo coronavírus, mas, por
suas grandes dimensões e diferenças regionais, o Brasil apresenta um cenário de
contaminação que torna “fadada ao fracasso” qualquer previsão para um prazo com
mais de 14 dias.
Eleições
O presidente da CNM também apontou
a realização de eleições em 2020 como um risco à recuperação da atividade
econômica e à saúde pública. Ele calcula que a eleição mobilizará cinco milhões
de pessoas, trabalhando nas campanhas e nas seções eleitorais, e o próprio
processo de votação provocará o deslocamento de milhões de eleitores.
Segundo Aroldi, o risco de
contaminação aumentará se for aprovada a votação em mais de um dia. Ele também
disse ter dúvidas sobre a viabilidade do fornecimento de equipamentos de
proteção individual para todos os envolvidos no pleito.
Glademir Aroldi ainda lembrou que
há muitos candidatos em grupo de risco (para a covid-19), que ficarão expostos
ao vírus durante a campanha e concorrerão em condições desiguais com outros
candidatos. Para ele, que indagou quem a sociedade responsabilizará pela
possível crise de covid-19 decorrente da eleição deste ano, a preservação da
vida deve prevalecer sobre a eventual violação de cláusulas pétreas da
Constituição.
Fonte: Agência Senado
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