O Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento declarou estado de emergência fitossanitária no Rio Grande do Sul
e em Santa Catarina devido ao risco de surto da praga Schistocerca cancellata
nas áreas produtoras dos dois estados. A portaria com a medida está publicada
no Diário Oficial da União desta
quinta-feira (25).
O estado de
emergência tem por objetivo permitir a implementação de plano de supressão da
praga e adoção de medidas emergenciais. De acordo com o ministério, a
emergência fitossanitária é por um prazo de 1 ano.
A nuvem de
gafanhotos está a cerca de 250 quilômetros da fronteira do Rio Grande do Sul
com a Argentina. A preocupação das autoridades do setor agropecuário e de
produtores rurais é o dano que os insetos possam causar às lavouras e
pastagens, se houver infestação.
A dieta do
inseto varia, conforme a espécie, entre folhas, cereais, capins e outras
gramíneas. Segundo informações repassadas à Secretaria da Agricultura, Pecuária
e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, a nuvem é originária do Paraguai,
das províncias de Formosa e Chaco, onde há culturas de cana-de-açúcar, mandioca
e milho.
Em nota, o
ministério informou que está acompanhando o fenômeno em tempo real e que
“emitiu alerta para as superintendências federais de Agricultura e aos órgãos
estaduais de Defesa Agropecuária para que sejam tomadas medidas cabíveis de
monitoramento e orientação aos agricultores da região.
De acordo
com a pasta, especialistas argentinos estimam que os insetos sigam em direção
ao Uruguai. A ocorrência e o deslocamento da nuvem de gafanhotos são
influenciados pela temperatura e circulação dos ventos.
O fenômeno é
mais comum com temperatura elevada. Segundo o setor de Meteorologia da
secretaria gaúcha, há expectativa de aproximação de uma frente fria pelo sul do
estado, que deve intensificar os ventos de norte e noroeste, “potencializando o
deslocamento do massivo para a Fronteira Oeste, Missões e Médio e Alto Vale do
Rio Uruguai”.
A nota diz
ainda que o gafanhoto está presente no Brasil desde o século 19 e que causou
grandes perdas às lavouras de arroz na Região Sul no período de 1930 a 1940.
"No entanto, desde então, tem permanecido na sua fase ‘isolada’, que não
causa danos às lavouras.”
O ministério
informa que especialistas estão avaliando “os fatores que levaram ao
ressurgimento desta praga em sua fase mais agressiva" e que o fenômeno
pode estar relacionado a uma conjunção de fatores climáticos.
A Secretaria
de Agricultura do Rio Grande do Sul orienta os produtores rurais gaúchos a
informar a Inspetoria de Defesa Agropecuária da sua localidade se identificar a
presença de tais insetos em grande quantidade.
(
Agência Brasil )
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