O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao presidente do Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE/CE), José Valdomiro Távora de Castro Júnior, a adoção de medida para garantir a devolução aos cofres públicos dos valores gastos com o pagamento irregular de auxílio emergencial a servidores públicos de municípios cearenses e do governo do estado. A recomendação do MPF é para que o TCE determine que seja efetuado o desconto no contracheque dos servidores que receberam indevidamente o auxílio emergencial de R$ 600 e que não fizerem a devolução por meio da Guia de Recolhimento da União (GRU) até a data de fechamento da folha de pagamento referente a junho.
Somente tem direito ao benefício pessoas sem emprego formal ativo,
entretanto, de acordo com dados divulgados pelo TCE e pela Controladoria-Geral
da União (CGU), 24.232 servidores públicos estaduais e municipais no Ceará
teriam sido beneficiados com o auxílio emergencial pago pelo governo federal em
função da pandemia da covid-19. Juntos, esses servidores teriam recebido R$
16.519.200,00. Em apenas quatro municípios não foram registradas ocorrências:
Campos Sales, Hidrolândia, Jardim e São Benedito.
Os atos de solicitação e de recebimento do auxílio emergencial, por meio
da declaração de informações falsas em sistemas oficiais de solicitação do
supracitado benefício, podem, como ressalva o procurador da República Oscar
Costa Filho, configurar os crimes de estelionato e de falsidade ideológica,
além de caracterizar possíveis infrações disciplinares previstas na legislação
estadual e em leis orgânicas municipais. Na recomendação ao TCE, o procurador
da República estabeleceu o prazo de 72 horas para que o presidente do Tribunal
se manifeste sobre o atendimento à recomendação.
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