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Golpistas que se passavam por desembargadores alugavam casas de veraneio no Ceará para usar como centrais telefônicas criminosas



O esquema golpista em que criminosos enganavam vítimas por telefone se passando por desembargadores cobrando para liberar dinheiro de precatórios tinha como prática alugar casas de veraneio no Ceará para passar o dia e criar centrais telefônicas criminosas. Um desses imóveis, era uma casa na Praia do Icaraí, em Caucaia. De lá, partiram ligações para aplicar os golpes em vários estados.

Onze chefes da organização criminosa foram presos nesta quarta-feira (17) em Maracanaú, em operação conjunta da Polícia Civil dos estados do Ceará e Piauí para investigar o esquema. Além das prisões, oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Grande Fortaleza. A polícia não divulgou o valor arrecadado com os golpes, mas apenas uma das vítimas chegou a desembolsar R$ 120 mil.

Os golpistas teriam fizeram 300 vítimas apenas no Piauí e Santa Catarina, mas aplicaram golpes também em pessoas de Alagoas, Paraíba, Sergipe, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.

Na casa de praia a polícia encontrou celulares, notebooks e roteadores de internet. Todo o material utilizado para a prática criminosa que acontecia por meio de ligações telefônicas.

Os golpistas levantavam em sites de Tribunais de Justiça os nomes das pessoas que receberiam precatórios e pesquisavam todas as informações sobre estas pessoas antes de entrar em contato. "Já ligavam informando ali uma série de dados que tornava a investida dele mais realista. Ele estudava o processo em que a vítima ganhou a sentença contra o estado, sabia o valor que ela deveria receber e ligava informando que ela tava próximo de receber este valor e deveria adiantar um pagamento a título de taxa" , disse o delegado de crimes de informática do Piauí, Anchieta Nery.

Os golpistas pesquisavam informações sobre pessoas que aguardavam receber precatórios, ou seja, dinheiro pago pelo estado referente a algum processo judicial. Com essas informações eles ligavam e se passavam por desembargadores cobrando taxas falsas como condição para liberar o valor do processo.

Segundo o delegado de Canto do Buriti, no Piauí, Yan Brainer, boa parte das vítimas era idosa, vulnerável e algumas com doença degenerativas. Os golpistas afirmavam que o processo devia ser feito por telefone para evitar o deslocamento aos tribunais, em decorrência dos riscos de contaminação da Covid-19.

Esta é a segunda fase da operação, nomeada de 'Precatórios', e teve como alvo justamente os responsáveis por coordenar os golpes. Na primeira fase, deflagrada em março, outros 13 suspeitos foram presos no Ceará e também no Distrito Federal. E a investigação teve como foco desarticular o braço financeiro da organização criminosa.

Por G1 CE


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