A crise gerada pela pandemia da Covid-19 e o revés financeiro que
atingiu o bolso de boa parte da população trouxe também ofertas tentadoras e
oportunidades de consumo irresistíveis. No entanto, nem sempre o melhor preço é
o que se paga, pois, na verdade, o consumidor pode estar caindo em um golpe ou
fraude.
Ligações de banco falsas,
clonagem de cartão de crédito, aplicativos fraudados para o pagamento do
auxílio emergencial, preços baixos para compras de produtos em sites de
empresas que não existem, entre outros. A lista de golpes que vêm acontecendo
nesse período de distanciamento social, onde as pessoas estão ficando mais
tempo em casa e acessando mais a internet, tem crescido bastante. A alternativa
para os consumidores nesse momento é estar atento e se prevenir.
A planejadora financeira, Letícia
Camargo, afirma que as pessoas estão mais expostas e fragilizadas
emocionalmente nesse momento de crise, o que as tornam mais suscetíveis a
caírem em golpes. “As pessoas estão buscando soluções rápidas e simples para os
problemas, principalmente os financeiros, por isso, oportunidades como
empréstimos ou compras com desconto se tornam tentadoras”, explica.
Angela Nunes, também planejadora
financeira, destaca que os fraudadores conhecem as dores dos consumidores e
dominam o discurso ideal para convencê-los a tomar uma atitude impulsiva. “Eles
sabem das nossas fragilidades, têm o discurso para te convencer a comprar algo
ou a passar seus dados bancários, e às vezes te apresentam facilidades; nós
temos a tendência de buscar um caminho mais fácil para a solução dos nossos
problemas, e, nesse momento, estamos sujeitos a cair nesses tipos de fraude”,
ressalta a especialista.
Para se prevenir, a principal
orientação é buscar se informar sempre. “É importante procurar informação na
fonte primária, não no grupo do WhatsApp, mas, sim, em sites do governo,
páginas de bancos, em canais de notícias confiáveis; gaste um tempo se
informando melhor e nos lugares corretos”, ressalta Letícia Camargo.
Para Angela Nunes, os cuidados
precisam ser redobrados em qualquer tipo de transação financeira. “No caso de
compras na internet, uma alternativa é dar preferência para pagamentos em
boletos, pois dessa forma seu cartão não fica salvo no sistema do site. No
entanto, antes disso, busque sobre a loja, sobre o site, procure informações e
a reputação dessa empresa por meio de plataformas e páginas das redes sociais”,
conta.
Desconfiar de boas ofertas com
preços muito baixos pode livrar a população de sofrer prejuízos ao realizar
compras on-line. “Nesses casos, é mais provável que quem esteja se dando bem é
quem está aplicando o golpe e não o consumidor”, reforça Letícia.
As planejadoras também orientam,
antes de tudo, para que os consumidores repensem a compra para não correr o
risco de cair em uma fraude adquirindo um produto o qual não precisam ou não é
essencial.
O mesmo cuidado vale para os
investidores que estão em busca de uma oportunidade para ter mais
rentabilidade. “Ofertas tentadoras podem ser golpes ou pirâmides financeiras,
por isso é importante entender que não há milagres e, antes de fechar qualquer
proposta, procure o registro da empresa na Comissão de valores Imobiliários (CVM)
para ter certeza de que isso não é uma fraude”, comenta Angela.
Caí em um golpe e perdi dinheiro, e agora?
Ao identificar que está sendo
atingido por uma fraude, analise os caminhos a seguir, que podem variar de
acordo com o tipo de golpe sofrido. Fazer o boletim de ocorrência é importante
em casos de fraude em contas bancárias, cartões e saques do auxílio
emergencial, por exemplo. “Busque sua instituição bancária. Por mais que a
responsabilidade do prejuízo não seja dela, os bancos estão buscando formas de
atender essas pessoas. Avise imediatamente qualquer suspeita de cobrança ou
compra desconhecida em seu nome”, orienta Angela.
Ela ainda ressalta que qualquer
que seja o valor perdido, o consumidor precisa buscar resgatá-lo. “Por menor
que seja o valor, nós precisamos agir e não podemos ficar inertes. Se ficarmos
assim num momento como esse de revés financeiro, de salário reduzido, todo
valor perdido pode gerar impacto na renda e é preciso tomar as medidas para
recuperá-lo”, afirma.
Além disso, se o consumidor tiver
uma reserva de emergência, esse pode ser o momento para utilizar o dinheiro
guardado caso seja necessário. Mas, claro, desde que o valor seja resposto
assim que possível para resguardar a reserva.
Com informações da assessoria
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