Peritos do Instituto de
Criminalística de Pernambuco voltaram hoje (8) ao edifício Píer Maurício de
Nassau, no Cais de Santa Rita, em Recife. Na última terça-feira (2), o conjunto
residencial de luxo foi palco de uma tragédia que repercutiu por todo o país: a
morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de cinco anos.
Miguel caiu do nono andar do prédio onde sua
sua mãe, Mirtes Renata da Silva, trabalhava. Ele tinha ficado no apartamento,
aos cuidados da patroa de sua mãe, Sari Mariana Côrte Real, enquanto Mirtes
passeava com o cachorro dos patrões.
Câmeras instaladas no elevador registraram o
momento em que Sari deixa o menino no interior de um elevador, parado no quinto
andar, no qual Sari mora. Tanto ela, quanto Miguel apertam botões de diferentes
andares.
Na sequência, com Miguel já sozinho, o
elevador sobe e vai parar no nono andar. O garoto deixa o elevador sozinho,
abre uma porta e alcança uma área sem redes de proteção. Ali, ele escala a
grade que protege equipamentos de ar-condicionado e cai de uma altura de 35
metros.
Indiciada por homicídio culposo (quando não
há intenção de matar), Sari chegou a ser detida, mas foi liberada após pagar
fiança de R$ 20 mil. Ela vai responder processo em liberdade.
Com a repercussão do caso, surgiu a
informação de que a mãe de Miguel, Mirtes, estava registrada como funcionária
pública da prefeitura de Tamandaré, cujo prefeito é o marido de Sari, Sérgio
Hacker Côrte Real.
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa
da prefeitura de Tamandaré na semana passada, Sérgio Hacker afirma estar
“profundamente abalado pela lamentável perda do pequeno Miguel”. O prefeito se
compromete a prestar aos órgãos competentes as informações necessárias ao
esclarecimento dos fatos.
Na última sexta-feira (5), a seccional da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no estado pediu ao Ministério Público de
Pernambuco (MPPE) que, paralelamente à morte de Miguel, investigue o fato da
mãe do menino, Mirtes Renata Santana de Souza, ter sido registrada como
servidora da prefeitura e trabalhar na residência da família do prefeito, a
cerca de 100 quilômetros de Tamandaré. A seccional já designou sua Comissão de
Direitos Humanos para acompanhar o caso.
NOVA PERÍCIA
Peritos do Instituto de Criminalística já
tinham estado no edifício antes. No mesmo dia em que Miguel caiu do novo andar,
os técnicos identificaram marcas que sugerem que o menino usou a grade de
proteção dos equipamentos de ar-condicionado para alcançar um parapeito. Há, no
local, uma grade amassada.
Da segunda vez que estiveram no prédio, os
peritos constataram que Miguel tinha altura suficiente para apertar os botões
de andares mais altos no elevador. Hoje, eles saíram sem falar com jornalistas.
Até o momento, nem o Instituto de
Criminalística, nem a Polícia Civil, se manifestaram sobre a nova perícia. A
polícia tem 30 dias para concluir o inquérito.
Fonte: Agência Brasil
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