Um grupo de
pesquisadores do Laboratório Nacional Los Alamos, pertencente ao governo dos
Estados Unidos, identificou 14 mutações do novo coronavírus (Sars-CoV-2), sendo
que uma delas, batizada como D614G, se tornou dominante em várias partes do
mundo, inclusive na Itália, e se mostra mais contagiosa do que a original que
circulou em Wuhan, na China.
A pesquisa, publicada no site bioRxiv, revela que
os 14 tipos de mutações foram localizados na proteína spike, responsável pela
entrada do vírus nas células, das quais a D614G é motivo de "preocupação
urgente" pelos cientistas. O estudo, liderado por David Montefiori,
descobriu que essa mutação está presente na cepa mais comum na Europa e é capaz
de provocar uma segunda infecção nos pacientes.
Segundo o pesquisador do hospital Sacco em Milão,
Gianguglielmo Zehender, que sequenciou o genoma do vírus na Itália, o
Sars-CoV-2, como todos os vírus de RNA, muda. Os efeitos dessas mudanças, no
entanto, ainda não foram demonstrados.
A maior preocupação, de acordo com o grupo, é o
possível impacto dessa - e de outras mutações - no desenvolvimento de vacinas e
tratamentos contra a covid-19. Atualmente, mais de 100 vacinas estão em fase de
desenvolvimento e, na maioria das vezes, os pesquisadores partem do pressuposto
que o coronavírus não sofreu e nem sofrerá grandes mutações.
"Poderia ter sido essa mutação que agilizou a
disseminação do vírus no mundo e seria arriscado ignorar essas mudanças que podem
limitar a eficácia das primeiras vacinas que chegarão", explicaram os
cientistas.
Terra
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