A avaliação ruim ou péssima do governo do presidente Jair Bolsonaro aumentou para 49% e atingiu o maior patamar já registrado em levantamento do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) para a XP Investimentos, mostraram os números da pesquisa divulgados nesta segunda-feira.
De acordo com a sondagem, aqueles que consideram a gestão Bolsonaro ruim
ou péssima foram de 42% no levantamento de 24 de abril para 49% agora. O
percentual dos que consideram o governo ótimo ou bom foi de 31% na sondagem
anterior para 27%, e o dos que consideram a gestão regular se manteve em 24%,
ao passo que 1% não responderam, contra 3% na pesquisa anterior.
A pesquisa, realizada de terça a quinta da semana passada, também
apontou uma piora na expectativa para o restante do mandato de Bolsonaro, com
46% de ruim ou péssimo contra 38% no levantamento anterior. Os que acreditam
que o restante da gestão será ótima ou boa são 30%, ante 35%, e os que apostam
que será regular são 18%, ante 21%. O percentual dos que não responderam se
manteve em 6%.
A pesquisa aponta ainda os impactos do pedido de demissão do comando do
Ministério da Justiça feito por Sergio Moro,
ex-juiz da operação da Lava Jato e visto por muitos como um símbolo do combate
à corrupção.
O percentual dos que acreditam que a corrupção terá aumentado ou
aumentado muito nos próximos seis meses saltou de 30% em março para 45% agora.
Ao mesmo tempo, a soma dos que acreditam que a corrupção terá diminuído ou
diminuído muito neste período caiu de 27%, para 18%.
A soma dos que acham que a corrupção ficará como está foi de 37% para
34% e os que não responderam eram 6% e agora somam 4%.
Ao anunciar seu pedido de demissão em um pronunciamento, Moro acusou
Bolsonaro de buscar interferir politicamente na Polícia Federal e disse que o
presidente quer colocar alguém de sua confiança no cargo, pois tem preocupações
com inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF)
e quer ter acesso direto a informações como, por exemplo, relatórios de
inteligência elaborados pela PF.
Ainda de acordo com a pesquisa XP/Ipespe, o percentual dos que avaliam
que a saída de Moro do governo terá impacto negativo sobre o país se manteve em
67%, mesmo patamar da pesquisa de 24 de abril, ao passo que os que entendem que
terá impacto positivo se manteve em 10%. Os que acham que não terá impacto
somam 18% --ante 16%-- e os que não responderam são 6% --contra 8% na pesquisa
anterior.
Para 69% dos entrevistados, o novo ministro da Justiça, André Mendonça,
terá uma atuação com interferência de Bolsonaro, enquanto 19% avaliam que terá
atuação independente e 13% não responderam.
Além disso, a pesquisa mostrou que a opinião positiva dos entrevistados
sobre Moro foi de 52% em 14 de abril para 58% neste levantamento, ao passo que
a visão negativa sobre o ex-ministro foi de 21% para 18% no mesmo período.
Já no caso de Bolsonaro, a opinião positiva foi de 41% para 38% e a
visão negativa de 34% para 40%, mostrou a pesquisa.
O levantamento ouviu 1.000 pessoas entre terça e quinta-feira da semana
passada e a margem de erro da pesquisa é de 3,2 pontos percentuais.
Por Eduardo Simões; Edição de Pedro Fonseca
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