A
reaproximação de Jair Bolsonaro com os integrantes do Centrão, bloco
parlamentar que ele integrou ao longo dos 27 anos como deputado federal, diz
muito sobre a situação do presidente da República. Minado pelas crises que ele
próprio criou, vendo os pedidos de impeachment se multiplicarem no Congresso, o
chefe do governo acabou obrigado a buscar uma base parlamentar para chamar de
sua, pressionado por uma crise sanitária mundial que provocará um número
imprevisível de mortes e arrasará a economia.
Cada vez
mais isolado, Bolsonaro está disposto a entregar aos novos aliados o controle
de um orçamento de bilhões de reais, com a oferta de cargos em importantes
órgãos públicos. O futuro, porém, parece obscuro, pois os movimentos indicam
que o presidente sairá ainda mais desgastado da pandemia. O casamento com os
antigos colegas deve ser tórrido, mas curto. As negociações do Planalto com o
Centrão envolvem o PP, o PL, o Republicanos, o PRB, o PSD e o PTB. Os cerca de
200 votos do bloco parlamentar estão bem acima dos 172 necessários para evitar
a abertura de um processo de impedimento do chefe do Executivo.
O preço do
Centrão é traduzido em números por um levantamento da ONG Contas Abertas. A
pesquisa indica, por exemplo, que a cereja do bolo que celebrará a relação será
o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), ligado ao
Ministério da Infraestrutura, que tem, disponível para investimentos em 2020,
um montante de R$ 6,9 bilhões. O glacê é o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação, do MEC, que terá, para investimentos, R$ 1,8 bilhão. As demais
camadas são a Fundação Nacional da Saúde (Funasa), com R$ 831,4 milhões, a
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf), com R$ 727 milhões, e o Departamento Nacional de Obras Contra as
Secas (Dnocs), com capacidade de investimentos de R$ 265 milhões.
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Com
informações do Correio Braziliense.
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